Resenha: Nygmalion – Deluminate (2020)

“Essencialmente Death Metal, mas com inteligência acima da média”

NOTA: 4/5.

Banda da Hungria fundada em 2008 por Krisztián Gaál (bass/vocals), Péter Kiss (lead guitar), David Egri-Kiss (rhythm guitar) e Gergő Gazdag (drums). O grupo é adepto de um gênero que se tornou popular no início dos anos 2000, o death metal técnico/melódico. E surge como uma revelação ou, talvez, mais do que isto, uma proposta de renovar o estilo pelo resgate de uma severidade austera que se funde com musicalidade e força bruta.

Figurando como uma liderança moderna desse estilo nos dias atuais, o grupo tem o mérito de elevar o nível com técnica exemplar e uma musicalidade afrontadora. Eventualmente influenciado pelo som de Gotemburgo, belamente representado por nomes como In Flames, Dark Tranquillity e Dissection, o Nygmalion conseguiu fazer uma ponte perfeita entre a sonoridade das bandas suecas e a de seu próprio país (que não tem tanta tradição na musica extrema), criando algo verdadeiramente digno aos ouvidos dos true bangers de todo o globo. A música aqui contida é pesada, densa e impactante. Tudo parece ter sido pensado e calculado para afrontar aos desavisados. Riffs que te prenden ao mesmo tempo de que poêm contra a parede, diálogos convergentes entre baixo e bateria, solos inspirados e vocais doentios… Aliás, quanto a isso, podemos formular uma crítica a título de contraponto: com um arsenal tão poderoso, se houvesse um pouco mais de diversidade nas vocalizações, o som seria muito mais dinâmico em sua totalidade, visto que, ao final de 53 minutos de audição acaba se tornando um pouco cansativo.

Deluminate é um álbum em que percebemos o resgate da essência rara do death metal, mas com um acréscimo impressionante de inteligência e visceralidade. Um álbum muito maduro para uma banda ainda jovem.

☢ Texto publicado originalmente no blog Esteriltipo.