Os criadores, ou precursores do Punk Rock Oi! estão retornando ao Brasil, para São Paulo, pela última vez, então vamos conversar com o Mick, vocalista do Cockney Rejects sobre essa última incursão em nosso país.
Headbangers Brasil: Mick, desde 1978 fazendo Punk Rock, agora você está dizendo que é hora de parar, em todos esses anos você viu muito, o que você pode dizer que mais te emocionou e o que você mais odiou?
Mick: Acho que o mais emocionante para mim foi quando encerramos o jogo final no campo Boleyn, nossa casa ancestral, em 2016. Todos nós íamos lá desde crianças e era difícil deixar para lá. Fiquei com raiva da violência sem sentido nos shows no final dos anos 70, mas felizmente isso não acontece mais, caso contrário não estaríamos aqui! Eu também fico bravo com bandas mentindo sobre suas origens e afirmando ser algo que claramente não são!
Headbangers Brasil: Oi! Oi! Oi! é um clássico no cenário, ao compor essa música, qual foi o seu sentimento que te levou a compô-la, o que te fez compor aquela música?
Mick: Lembro-me de querer compor um hino para crianças da classe trabalhadora de todo o planeta, algo que seria lembrado ao longo dos anos. E até agora acho que conseguimos!
Headbangers Brasil: Falando sobre sentimentos, você pode nos contar o que sentiu na primeira vez que vocês vieram ao Brasil?
Mick: Nós amamos, e ainda amamos. As pessoas, a comida, a música – Uma loucura de luz e cor. Também estamos cientes da pobreza que convive com a riqueza – e como todos que conhecemos de todas as esferas da vida se comportaram com orgulho, dignidade e respeito. Mal podemos esperar para voltar!
Headbangers Brasil: E sobre o Brasil, você sempre tiveram alguns amigos por aqui e antes de vir pela primeira vez, o que você sabia sobre o nosso país?
Mick: É claro que sabíamos sobre seu incrível legado no futebol (que garotos da classe trabalhadora não saberiam?) E o fato de ser um dos países mais bonitos do mundo, mas não estávamos preparados para o povo fantástico que os brasileiros são, e que boas-vindas fantásticas recebemos. Fomos ao Santos, o lendário clube do Pelé e visitamos o campo da Chapacoense após a terrível tragédia. Jeff conheceu sua esposa, Raquel, em São Paulo, então pode-se dizer que o Brasil é um lugar muito especial para nós.
Headbangers Brasil: Sendo da classe trabalhadora da Inglaterra, você acha que a classe trabalhadora brasileira está no caminho certo?
Mick: Como eu disse anteriormente, eles me lembram a classe trabalhadora inglesa de uma era diferente – digamos os anos setenta ou oitenta, quando as coisas não eram tão complicadas como agora no Reino Unido e quando as pessoas suportam as verdadeiras dificuldades sem reclamar nas redes sociais sobre seus problemas. Vocês tem problemas a cada cinco minutos, vocês são resistentes, engenhosos e com grandes corações. Isso é o que eu vejo no Brasil.
Headbangers Brasil: O Punk Rock sempre foi a voz dos forasteiros e das pessoas massacradas pelo sistema?
Mick: Sim, mas não vamos esquecer que grandes bandas como Slade, Black Sabbath, AC/DC e muitas outras que também eram garotos da classe trabalhadora de origens difíceis, enquanto muitos dos punks da primeira onda eram de origens bastante mais privilegiadas! É tudo Rock ‘N’ Roll- É para ricos e pobres, jovens ou velhos, negros ou brancos- Não tem limites.
Headbangers Brasil: Uma última vez no Brasil, você pode nos dizer quais são as expectativas para esse show?
Mick: Se esta vai ser a nossa última vez, então vamos sair com um estrondo. Traga seus tampões de ouvido e prepare-se para a porra de uma festa!
Headbangers Brasil: Você pode nos dizer quais músicas os brasileiros podem esperar no set?
Mick: Além de todos os clássicos, tocaremos coisas do nosso novo álbum, Powergrab, bem como algumas coisas mais antigas que não tocamos há muito tempo… Ei, não quero revelar muito, ha ha! Vem conferir, pessoal!
Headbangers Brasil: Obrigado pelo seu tempo Mick, mande uma mensagem para todos os leitores do Headbangers Brasil, cara, essa é a sua hora. Valeu demais.
Mick: Hey Headbangers Brasil, obrigado por me convidar para fazer esta entrevista e obrigado pelo seu apoio.
Espero encontrar vocês nos shows e que possamos tomar muitas cervejas juntos discutindo o maior assunto do mundo – Rock ‘N’ Roll!