Hoje é celebrado no mundo o Dia Internacional da Mulher e ok, sabemos que não é um dia só de celebração, mas sim um dia de luta, de lembrarmos das mulheres que, desde o início do Séc. XX vem lutando, arduamente por melhores condições de trabalho e por igualdade, mas não posso falar isso, então vou deixar esse vídeo abaixo, para lembrarmos disso.

Bem, mas esse é um Portal do Underground do Rock e Metal e eu, como sempre falo, não tenho nenhum lugar de fala nesse quesito, então eu pedi pra algumas mulheres fodas do nosso cenário para deixar umas palavras sobre o dia de hoje, então com vocês, essas Mulheres Fodas do nosso cenário.

Juliana “DarkMoon” Novo, baterista do Crucifixion BR nos fala:

Quando eu comecei a tocar com o CRUCIFIXION BR em 1996 (a princípio como guitarrista, depois como baterista em 99) haviam poucas mulheres na cena metal da minha cidade, Rio Grande/RS. Aliás acredito que fomos a primeira banda de Black Metal por lá. E eu fui uma das primeiras bateristas naquela época. Sempre fui muito respeitada pelos headbangers de nossa região. Depois nos mudamos pra Porto Alegre, e levamos um tempo pra ficar conhecidos, e por ser mulher algumas pessoas só te respeitam depois que te vêem tocando ao vivo sabe? Quando nós mudamos pra São Paulo foi meio parecido, mas logo fomos adquirindo respeito, mostrando nossa força. Tanto é que agora estou no top 20 de melhores bateristas de 2021. Adoro ver os olhares de espanto ao me ver tocar brutalmente na bateria, e vejo que as meninas se sentem representadas e inspiradas por mim, e muitas mulheres e homens sentem orgulho de me ver ao vivo. Agradeço a todos que me apoiam nesses mais de 20 anos de luta!”

Abaixo a Germânia O. Mortis vocalista do Paradise In Flames divide conosco o seguinte:

Atualmente temos visto um movimento crescente feminino e feminista dentro do metal e isso é realmente incrível: mulheres apoiando mulheres. Meninas, vocês estão realmente de parabéns por isso.
Todos esses anos sempre fui a única mulher nas bandas pelas quais passei e sempre tive muita sorte pois todos os homens com quem toquei e toco sempre me respeitaram e isso deveria acontecer em todas as situações, não só no metal, mas na vida. Ainda vivemos um mundo extremamente machista e misógino e somos tratadas de forma totalmente desigual. Dentro do metal, meu sonho é ver isso extinto um dia.
No metal extremo lido com certos conservadorismos, onde está ainda enraizado o machismo, a misoginia, preconceitos, etc. E olha mulherada, precisamos nos unir, nos apoiar, divulgar os trabalhos umas das outras, incentivar umas às outras. Somos nós por nós!

E por final, a Assessora de Imprensa e empresária Isabele Miranda nos fala o seguinte:

O papel da mulher dentro da sociedade foi generalizado por muito tempo, e limitado ao fato de pensarem que nossa “obrigação” é somente tomar conta da casa e dos filhos enquanto o marido sai para trabalhar fora.
Muitas mulheres não se sentem satisfeitas com esse papel. Eu não me sinto.

O que acontece é que pouco a pouco a mulher vem se tornando uma peça chave na sociedade atual, e atuando em diferentes frentes que antes eram limitadas somente aos homens. Passamos por muitas lutas históricas para conquistar nosso espaço e ainda estamos longe de ocupar as cadeiras daquilo que consideramos o ideal, mas estamos avançando significativamente.
Prova disso, por exemplo é a quantidade de mulheres que ocupam postos importantes nas produções e backstage dos maiores shows do país. São mulheres que cuidam da imprensa, figurino, produção, catering, palco, cenografia. Tudo aquilo que compõe um grande espetáculo.

Antes de finalizar, vou deixar uma curiosidade, vocês sabiam que o Rock foi criado por uma mulher?? Então, vamos fazer JUSTIÇA à Sister Rosetta Tharpe, pelo canal da nossa querida colaboradora Jéssica Alves, pelo seu canal, o Olhar Alternativo.

É aqui que eu me despeço, pois a única coisa que eu posso deixar é meus Parabéns a todas vocês, Mulheres fodas do nosso cenário e muito obrigado por tudo o que vocês nos entregam.