Nesse sábado, tive a honra de poder retornar a Areninha Carioca Hermeto Paschoal, um local em Bangú, na Zona Oeste Carioca, para ver o Rato no Rio Revival, vale lembrar que, a produção do Rato no Rio, por anos a fio, movimentou muito o cenário da Zona Norte Oeste do Rio de Janeiro, tendo diversos eventos já rolados e sempre muito bons, o Revival não seria diferente e a estrutura, que permite a montagem de um palco externo, que foi chamado de Sunset e o palco dentro da estrutura de Mundo, uma boa piada com um evento de maior porte e posso falar, eles foram muito organizados, com 12 bandas, divididas em 2 (dois) palcos, tinha tudo para atrasar aqui ou ali, mas não, tivemos pouquíssimos atrasos, quase zero e um evento cheio e maravilhoso, com o grande retorno do LAC aos palcos, mas vamos lá, porquê o Rato no Rio Revival é exatamente o melhor exemplo de que o Underground está muito vivo e indo bem demais.

Lana Rox foi a banda que começou o evento, por volta das 18:00hr a banda estava em palco e a Lana começaria o seu show e mostrar o seu som, que é um Rapcore com letras que falam sobre os problemas do cotidiano do povo, como depressão, os problemas sociais e a música da Lana Rox é bem legal, a banda merece toda a atenção possível, pois o som deles é de qualida e mesmo eles tendo aberto o evento e ter tido pouca gente assistindo, Lana mandou o seu recado e quem lá estava os recebeu muito bem.

Abrindo o “Palco Mundo” no Rato no Rio, o pessoal da Banda Filhotes subiu em palco e mandou ver com um belíssimo Hardcore, com momentos de letras descontraídas e outras, como é do cenário, mensagens de cunho mais político, a banda é super interessante e ainda fecharam o show com um cover clássico, O Dotadão Deve Morrer, clássico cover que o Ratos de Porão fez do Cascaveletes para encerrar o seu show, que foi super divertido.

Logo depois o pessoal do Maria Fumaça já sobe no Sunset e a banda tem um Rock Vigoroso e muito bem feito, o pessoal que saiu de Guaianazes, em São Paulo, trouxe a sua música com muita qualidade, sendo eles um belo Power Trio que tem um belo som e que faz a sua música ecoar bastate, com muita qualidade e muita força, teve um momento do show no qual eu não curti, foi quando a filha do vocalista/guitarrista foi cantar dois covers e assim, com um som tão vigoroso como o deles, eu achei aquele momento completamente desnecessário, mas esse sou eu, eu lembro de ter visto o público recebendo muito bem esse momento, então vale dizer que foi bem recebido sim, mesmo eu não tendo curtido.

Bora pro Palco Mundo, pois o Vox Mortem, banda de Thrash/Death Metal Carioca subiu ao palco e com o seu som vigoroso e eu fiquei muito feliz e rever essa banda em palco, já que eu tinha visto eles antes e a banda fazia um som um pouco mais “clássico” e “preso”, não foi o que eu vi no sábado passado, no sábado eu vi um Vox Mortem renovado, com um som que tem os clássicos “três jeitos” do Thrash, mas a banda ganhou uma personalidade ímpar e com isso o som foge um pouco do que antes era, para um show mais empolgante, com seus minutos sendo bem aproveitados, executando faixas de Slaves Of Vanity e faixas mais clássicas, um puta showzaço e que me deixou super feliz em revê-los.

No Sunset, veria o Decorecom o seu Hardcore do Gueto, no qual eu senti uma influência gigante do Rage Against The Machine, mas com a diferença de que o vocalista/guitarrista tem um flow bem mais interessante e a banda tem um som muito envolvente. Mais um Rapcore e que, esse, vem da Zona Leste Paulista, os caras chegaram forte demais com a sua música e fizeram um showzaço, focados em suas composições, a banda entregou demais em seu show e agitou ainda mais o público, que nesse momento começa a aumentar e fazer o loca ficar ainda mais cheio, fato esse que tem de ser extremamente comemorado, o evento foi ótimo!

A partir daqui, os gigantes do Underground Carioca iriam tomar conta dos palcos, começando com a missa do 7Peles no Palco Mundo e com o seu Black Metal muito bem estruturado, a banda fez um show, como sempre, incrível! A banda, sempre muito competente em palco e com o seu visual renovado, até um certo momento, quando o vocalista saiu do palco e retornou como o Padre da Missa Negra no qual comandava, músicas de todos os “evangelhos” foram executadas naquele sábado e foi um show incrível, com um som maravilhoso e o show foi ótimo, mas foi exatamente aqui que tivemos o primeiro atraso do evento, já que o 7Peles atravessou um pouco o tempo de palco, atrapalhou a entrada da outra banda no Palco Sunset, mas isso não tirou o brilho do evento, que agora iria contar com uma apresentação ímpar.

No Sunset, uma das bandas mais celebradas atualmente do Underground Nacional, o Sangue de Bode sobe ao palco e detona com as suas músicas, que navegam em um Black Metal, com pitadas leves de Crust e muita vontade de fazer um som único e incrível. A apresentação dos caras é sempre incrível e dessa vez, o baixista oficial da banda não pode vir e eles contrataram um gigante para cobrir a vaga deixada, que, elevou o baixo da banda a um nível maravilhoso, como sempre, o Sangue de Bode apresentou um set consistente e pesado, com músicas que englobam a sua curta, mas muito boa carreira, a banda mostrou por que está sendo tão cultuada, sempre vale a pena ver o Sangue de Bode em palco.

Foi finalizar o show do palco externo, que a gente se encaminha para o outro palco e ninguém mais do que o DarkTower, uma das gigantes do Underground Nacional sobe em palco e com a mesma qualidade já conhecida de sempre, a banda toca seus clássicos dos 3 discos lançados e, com músicas como Downfall, God Above Nothing, Dawn Of Darkened Times e muito mais, nos entregou o clássico show que a gente já sabia que teríamos, já que ver o DarkTower em palco é sinônimo de ver um show com qualidade única, maravilhoso como sempre.

Vamos pro lado de fora e ninguém mais, ninguém menos do que o Pavio sobe em palco e com uma formação mudada, já que a banda, atualmente conta com o J.P. “Chewbacca” Mugrabi no baixo e com a baterista Cynthia Tsai na formação, a banda simplesmente está ainda mais brutal, com o seu Hardcore muito brutal, o Pavio deixo o seu recado Antifa e colocou a casa abaixo, esquentando ainda mais o público presente e dando aos presentes o necessário para continuarmos agitando e vendo o que estaria por vir, uma energia bruta e única, muito. Que show, que show!! O Underground agradece e muito.

Acaba o show do Pavio e vamos para o Palco Mundo, pois iria subir ao palco, para o retorno glorioso, um dos maiores nomes e, ainda, mais promissores nomes do Death Metal Nacional, o LAC iria subir em palco e apresentar sua nova formação, que conta somente com o vocalista Jonathan Cruz como membro original e fundador, agora temos na Guitarra, Leandro Pinheiro e no Baixo Arthur Chebec. Na bateria, pra essa tour de retorno, eles estão contando somente com Sandro Moreira, baterista do Rebaelliun, um monstro das peles. O LAC está de volta e como sempre com um show insano, a banda completamente reformulada está entregando o seu bom e velho Death Metal com muita qualidade, a banda tá provando, mais uma vez, porquê eles são um dos gigantes desse país, as músicas do recém-lançado Limbo funcionam maravilhosamente bem e clássicos como Hell de Janeiro, Bangu 3, Third World Slavery e outras faixas foram incríveis, bom demais poder viver o retorno desses gigantes do Death Metal Nacional.

A penúltima banda da noite tinha uma grande responsabilidade né, já que, tocar depois do LAC não é uma missão fácil, mas isso foi nada pro clássico do Punk Rock Carioca, o pessoal do Pacto Social subiu ao palco com o seu som clássico, cru, raiz, um Punk Rock básico e muito classudo, a banda tocou músicas de toda a sua carreira e fez uma verdadeira “festa Punk” em seu momento em palco, que foi maravilhoso, um show que ficar pra história do evento e que vai fazer todos que lá estiveram feliz em lembrar que viveram isso.

E fechando o evento, nada melhor do que o irreverente, bem tocado e pra sempre atualizado Hardcore do Cara de Porco, que com a sua irreverência e bom humour em palco, fechou o evento com chave de ouro, tocando diversos sons de sua carreira, como “Benção de Pedro diLara”, “Quem tá no Rock é pra se F****” e muitas outras, a festa fechou de forma incrível no sábado. Um show maravilhoso e com uma galera subindo em palco e participando, o que é sempre super divertido nos shows da banda. O vocalista/produtor Marcelo Saci, antes de começar esse maravilhoso show no qual falei, ele agradeceu a presença de todos ali e anunciou em primeira mão o retorno de mais um evento clássico do Rio de Janeiro, o Aliança Negra, essa notícia deixou muitos ali felizes, eu fui um deles, pois era um evento que sempre presenteou o Rio de Janeiro com diversas bandas de renome, não somente no Brasil.

Saldo final foi extremamente positivo, tivemos um evento incrível, com bandas de diversos estilos dentro do Rock e autorais, com seus trabalhos e composições, um atendimento de público muito bom, o evento contou com uma galera, que saiu de diversos locais do estado para comparecer a Bangu e fazer o Rato no Rio Revival um dia no qual podemos ter, mais uma vez, esperança em tempos melhores para o Rio de Janeiro. Quero agradecer ao pessoal da produção do evento, que confiou muito em nosso trabalho e nos credenciou, nos dando a chance de trazer para vocês esse texto.