“Velocidade, ferocidade e lirismo”
Nota: 4/5.
Banda do Texas/EUA formada em 1989 pelo baterista Proscriptor McGovern (Russley Reell Givens). Seus registros iniciais, incluindo demos e o primeiro álbum se inclinaram para o death metal, mas evoluíram mais para uma mistura de black / thrash metal a partir do segundo álbum e estenderam essa fusão aos trabalhos posteriores. Eles passaram a incorporar elementos de música celta, folk, jazz fusion, rock progressivo e psycodelia à sua forma de compor. Foi daí que surgiu a ideia de auto conceituar o estilo praticado pela banda como “Mythological Occult Metal”, uma mistura que funde velocidade, ferocidade e lirismo.
Tara é o quarto álbum do banda e encontra um paralelo quase perfeito em Reign In Blood, do Slayer, mas vai além. O baterista e líder do trio texano, Proscriptor consegue ser tão criativo quanto Dave Lombardo e ainda aumentar a velocidade da música da banda. No que diz respeito à velocidade, este é um ponto que, a meu ver poderia ter sido melhor trabalhado, visto que a híper velocidade pode ser cansativa para alguns, tornando a audição chata nos seus momentos finais. Contudo, para um disco com duração média de 50 minutos, deve agradar mais do que desgastar. Quanto a ferocidade, é realmente surpreendente que um grupo formado por músicos tão experientes e de alto nível técnico tenha optado por tocar um estilo tão brutal e esporrento. Por fim, o lirismo é um fator que deve agradar a todos os que gostam de ler e se interessam por mitologia.
O conceito do álbum é muito rico, embora seja também confuso. E isto decorre em função da organização das ideias que, embora cheias de beleza em relação ao modo de vida dos povos antigos, não seguem uma sequência lógica e isso dificulta o acompanhamento das narrativas. De acordo com o minhas pesquisas, há até um texto de Proscriptor explicando o conteúdo, mas devido ao fato de que ele escreve como se fosse um poeta louco declamando, não ajuda muito. (rs).
Não consta nas fontes pesquisadas, quem produziu o disco. Logo, podemos crer que esse trabalho foi realizado pela própria banda. Talvez por esse motivo não tenham realizado o potencial que tinham para que o álbum fosse sucesso comercial, o que, na verdade, é uma grande besteira, pois todos sabemos que o som propositalmente sujo e cheio de ruídos é a maior marca das bandas undergrounds. Além dos mais, este disco já é considerado um clássico entre os black metalheads.
> Texto publicado originalmente no blog Esteriltipo