“Pensando no público cativo”
O Amaranthe está com um novo trabalho em mãos e o mesmo alicerce com seis componentes, sendo três deles responsáveis pelos vocais, com o destaque absoluto para a diva do meio heavy, Elize Ryd. Em “Manifest”, lançado neste dia 2 de outubro via Nuclear Blast, a mistura de electropop/metal já muito característica pelos suecos, continua a toda e eles não fizeram cerimônia alguma em manter o padrão de seus discos anteriores.
Muita coisa pode ser questionada por quem não gosta muito do som do Amaranthe, mas eles acreditam no que fazem e conseguem transmitir essa força interior em suas canções. Essa é a energia encontrada na faixa de abertura “Fearless”, que coloca em ação o trio vocal Elize Ryd, Henrik Englund Wilhelmsson, e Nils Molin e eles são bons em suas funções. “Make It Better” e “Scream My Name” parecem músicas de trabalhos anteriores, mas são novas em folha. A questão é que algumas harmonias parecem se repetir, o que necessariamente não deixa de ser uma verdade.
“Viral” já anima bem mais, pois sua letra sobre o momento atual, aliada ao instrumental muito vivo reflete aquela vibração de composições conhecidas do Amaranthe, mas com uma pegada moderna e chamativa. Não é por acaso que a faixa é um dos singles do disco, que chama a atenção por suas arrojadas linhas tensas de guitarra. “Adrenaline” serve de ligação para uma das faixas mais interessantes de “Manifest”, que é a canção “Strong”. Nela Elize Ryd recebe suporte no microfone por Noora Louhimo da banda Battle Beast e proporcionam uma performance vocal robusta, garantindo que essa faixa vai ser um grande destaque quando a banda retornar às apresentações ao vivo, sabe-se lá em que dia – mesmo com muitas pessoas não levando mais o fato a sério, o C-19 continua por ai, infelizmente.
Aquela sensação de deja-vu retorna em “The Game”, mas dessa vez acentuada pelo jeitão de início dos anos 2000 que ela tem, mas é uma faixa bem legal. “Crystalline” é a balada praticamente obrigatória nos discos da banda e cumpre seu papel burocrático com destaque para o bom trabalho de cordas com a cortesia de Perttu Kivilaakso do Apocalyptica. “Archangel” é outro single com direito a clipe e que chega para acelerar as coisas colocando mais intensidade com peso. Os teclados ao lado dos costumeiros efeitos sintéticos proporcionam a base perfeita para os vocalistas colocarem todos na pista para correr.
Tanto “BOOM!” quanto “Wake Up And Die” são faixas com algum groove, mas a cereja do bolo de “Manifest” ficou mesmo reservada para o final com “Do Or Die”, que na edição especial, terá duas versões. Na regular os vocalistas masculinos da banda são os responsáveis pela interpretação e já na versão bônus (com direito a vídeo clipe) os vocais limpos de Elize Ryd são reforçados pela companhia da ex-cantora do Arch Enemy e também manager do Amaranthe, Angela Gossow. Em ambas as versões o solo é uma cortesia do guitarrista Jeff Loomis.
“Manifest” pode até ser o ponto de partida para uma nova fase do Amaranthe, mas não será por causa de uma nova orientação musical ou coisa parecida. Esse álbum não foi gravado para conquistar novos admiradores, mas sim para agradar e muito os que já acompanham a banda ao longo desses anos. A máxima que ensina que em time que está ganhando não se mexe foi seguida a risca. Confira e tire suas conclusões.
Nota: 3,5/5
Tracklist:
- Fearless
- Make It Better
- Scream My Name
- Viral
- Adrenaline
- Strong
- The Game
- Crystalline
- Archangel
- BOOM!1
- Wake Up And Die
- Do Or Die
Amaranthe:
Elize Ryd – vocal
Olof Mörck – guitarra e teclados
Henrik Englund Wilhelmsson – vocal
Johan Andreassen – baixo
Morten Løwe Sørensen – bateria
Nils Molin – vocal
Guests:
Noora Louhimo – vocal em “Strong“
Angela Gossow – vocal em “Do Or Die“
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