Anvil – Legal at Last (2020)
Mudar o estilo? Jamais.
O ANVIL não precisa de introdução. A longevidade da banda há mais de quarenta anos é impressionante por si só. Apesar de estarem do outro lado do Atlântico, fizeram parte da NWBHM nos anos 80, marcando presença com os clássicos “Forged in Fire” e “Metal On Metal“. Anos depois voltaram a ser o centro das atenções mais uma vez com o lançamento do documentário “The Story Of Anvil“. Por tudo isso, Lips e Robbo já merecem nosso respeito e admiração. Nunca prometeram algo diferente, moderno ou inovador, apenas o que se propuseram a fazer desde 1978.
Então já sabemos o que esperar desse que é o décimo oitavo álbum dos canadenses. “Legal at Last” é Anvil, soando como Anvil e no estilo do Anvil. A energia e o som cru estão presentes, como sempre estiveram desde a década de 80, e isso não é obviamente um problema.
“Legal At Last” é um álbum que a banda tentou tratar com uma tendência mais política. Posicionamentos a parte, acredito que sempre devemos respeitar todas as opiniões. Pessoalmente sempre me preocupo mais com som do que com as mensagens das músicas. E quando se trata de Anvil as letras nunca foram o ponto forte da banda e sim seus rifes otimistas e grudentos. Vamos falar dos destaques do CD.
A música homônima que abre o álbum tem uma boa vibração na linha melódica e no rife, que juntamente com os vocais sólidos de Lips acaba funcionando muito bem.
A intro no início de “Nabbed In Nebraska” tem um clima bem oitentista, o que não é nenhuma novidade. Afinal, estamos falando do Anvil, não é? O refrão, bem simples, vai funcionar perfeitamente com o público caso eles resolvam toca-la nos shows.
Sem tempo para pensar muito a rápida “Chemtrails” chega com uma levada meio thrash no rife da guitarra. Na sequencia temos “Gasoline“, que apresenta uma cadencia no ritmo constante e forte. Duas boas faixas.
“I’m Alive” é um ‘rocão’ (Sic) bem direto. E olha que eu pensei, pensei e não achei um termo melhor para definir essa música. A faixa é vibrante, simples, e totalmente rock and roll. É divertida.
Antes de fechar gostaria de citar mais duas que me chamaram atenção. “Glass House” que faz um ótimo uso de melodias com Lips tentando cantar e “Said and Done”, que é uma marcha contundente com o Anvil soando de uma maneira quase marcial.
Resumindo, “Legal at Last” é ‘apenas’ – fui irônico – mais um álbum do Anvil. Essa banda que nunca muda e, de fato, se orgulha disso. Ainda bem. Pois não tem baladas, sintetizadores, letras elaboradas ou momentos épicos. Você só acha aqui exatamente o que se espera de Lips e Cia.
O álbum é sólido, forte, com cara de anos 80, mas a produção é contemporânea. Você que não acompanha muito, ou nada da banda, pode gostar ou não. Mas que os fãs do Anvil apreciarão é uma certeza.
Nota: 3/5
Banda:
Lips – Vocal, Guitarra
Robb “Robbo” Reine – Batera
Chris Robertson – Baixo
Tracklist:
- Legal At Last
- Nabbed In Nebraska
- Chemtrails
- Gasoline
- I’m Alive
- Talking To The Wall
- Glass House
- Plastic In Paradise
- Bottom Line
- Food For The Vulture
- Said And Done
- No Time (Bonus Track)