O Between the Buried and Me surgiu no início dos anos 2000, mas foi em 2007 que chamou a atenção do mundo com o disco “Colors“, onde garotos na casa dos 20 anos executavam uma música extremamente complexa, com arranjos excepcionais que misturavam o death metal e o jazz clássico em passagens intrincadas.
Passados 14 anos, a banda decide lançar a sequência direta do trabalho, “Colors II“, lançado pela Sumerian Records.

Não se trata de uma repetição da parte 1 em nenhum sentido. Todas as fórmulas que fizeram a banda chamar atenção de tantos naquela época voltam nesse trabalho, mas jamais soam como um mero remake! Isso porque em alguns momentos, acaba soando sem o mesmo ar de vigor daquela época, obviamente, pois se trata do décimo lançamento. Notamos que em alguns aspectos a banda não consegue dar aquele sopro tão soberbo do primeiro capítulo.

Passado essa questão, o que vem pela frente é um verdadeiro massacre sonoro, inteligente e executado com maestria. Rico em detalhes, a montanha russa inclassificável que é a banda nos joga pra cima e pra baixo, em mistura de andamentos que em nenhum momento nos dão descanso do raciocínio musical e as vezes é até difícil de entender o que de fato está acontecendo. As músicas em muitos momentos se interligam e saber onde acaba uma e começa outra se torna missão.

As quatro primeiras faixas dão um chute magistral na abertura. “The Double Helix of Extinction” é impecável na sua execução, com momentos de peso absurdo e outros mais melódicos. Assim como “Revolution in Limbo“, impecável, com vocais extremamente marcantes e arranjos incríveis, sendo um dos destaques do trabalho, um épico percorrido em seus quase dez minutos. Fecha com “Fix the Error“, que conta com as participações de Mike Portnoy e Naverne Koperweis, uma ótima pedida. Daí pra frente, o disco é uma explosão sonora que se arredonda em mais de uma hora, soando extremamente competente, mas sem parecer um simples workshop sonoro. Há ao mesmo tempo unido a extrema musicalidade, diversão e um repertório bastante cheio de identidade.

Complexo e divertido, o disco cumpre uma grande tarefa com zelo. Apesar de alguns deslizes, um grande momento!

NOTA: 4,5/5