Danzig e sua homenagem ao Rei.

Glenn Danzig nunca escondeu suas influências e admiração pelo rei do rock, Elvis Presley, ao longo de sua carreira. Desde os tempos do The Misfits com “Blue Christmas” em dezembro de 1978, como em sua banda solo nos anos 90 com a cover de “Trouble” no álbum “Thrall – Demonsweatlive”.

Antes de tudo é preciso dizer, principalmente para os mais novos ou para aqueles que simplesmente nunca se importaram em conhecer o trabalho e a carreira de Elvis, que o homem cantava MUITO. Elvis conseguia cantar incrivelmente alto e com uma facilidade absurda. Mesmo para cantores com mais capacidade e talento, é um verdadeiro desafio arriscar interpretar alguma coisa do vasto repertório do rei do rock.

Dito isso, vamos aos lados positivos desse CD. A produção do próprio Danzig deixou os vocais ecoados combinando perfeitamente com o estilo dos discos de Elvis nos anos 50 e 60. A escolha do repertório, que não se limitou aos maiores sucessos absolutos de Elvis, também foi uma boa surpresa.

Para a coisa funcionar mesmo, é preciso dizer que um produtor mais experiente fez muita falta. Alguém com voz ativa para dizer na hora certa a ele como essas tomadas não atingem as notas e que deveriam ser reformuladas. Mesmo não sendo um cantor ruim, Danzig sempre precisou de força para manter seu estilo de cantar, e é claro que sua voz está muito desgastada e ele não foi capaz de fazer justiça a essas músicas, até porque poucas pessoas o seriam. E acredito que se o Danzig quisesse hipoteticamente incluir algumas dessas músicas no setlist do excelente show em que eu assisti sua banda no Olympia em 1995, também não conseguiria fazer muito mais.

Para ser justo, gravar “Danzig Sings Elvis” deve ter sido muito divertido para Glenn, mas acho que só seus fãs mais fiéis irão gostar e completar suas coleções com esse trabalho.  As performances variam muito entre si, com destaque para “One Night”, que funcionou bem dentro do possível e acho, só acho, que Glenn poderia ter chamado o Rick Rubin e deixado a seu cargo a produção… só pelos velhos tempos.

Eu ainda prefiro aquele Danzig demoníaco dos tempos de “Danzig II: Lucifuge”, mas respeito o trabalho do cantor nessa empreitada, até porque os anos 90 estão ficando, a cada dia que passa, mais distantes.

Nota: 3/5

Track list:

1.Is It So Strange

2.One Night

3.Lonely Blue Boy

4.First in Line

5.Baby Let’s Play House

6.Love Me

7.Pocket Full of Rainbows

8.Fever

9.When It Rains It Really Pours

10.Always on My Mind

11.Loving Arms

12.Like a Baby

13.Girl of My Best Friend

14.Young and Beautiful

Musicos:

Glenn Danzig – vocais, todos os instrumentos e produtor

Tommy Victor – guitarra

Joey Castillo – bateria