Resenha: Dream Theater – “A View From the Top of the World” (2021)

O Dream Theater chega aos seus mais de 30 anos de carreira, entre amor e ódio do público, passando por diversos caminhos, entre acertos de muito peso como “Awake” e o disco homônimo de 2013, entre alguns erros que não se “desenrolavam”, como “Systematic Chaos” e “The Astonishing”, e ainda, em momentos enxutos que mostraram como a banda pode soar ótima mesmo quando condensada, como no último e maravilhoso “Distance Over Time”.  

Dois anos após, eles estão de volta com seu 15° disco, “A View From the Top of the World”, que chega em 22 de outubro, pela InsideOut Music (que nos cedeu gentilmente o álbum em primeira mão) faz um apanhado de todos esses anos de experiência, entre seus erros e acertos e busca dar aos fãs um jogo de descobrir a referência, mas sem apresentar alguma novidade no seu todo!

Como já visto no seu primeiro single, “The Alien”, a banda quis voltar a trabalhar o seu lado mais exacerbado, com aquelas idas e vindas de notas e tempos que fizeram a sua identidade, em contraponto com o lado menos “aplicado” que trabalharam. A seguinte “Answering the Call”, me soa mais apetitosa para um single, muito bem amarrada e com boas passagens vocais dobradas, além de um ótimo instrumental cheio de groove, do que a morna “Invisible Monster”.  “Sleeping Giant” parece já ter sido ouvida uma dezena de vezes em outros trabalhos, arrastada e cheia de “bululus” que não saem do lugar. “Transcending Time” é aquele momento alegre do disco, numa faixa leve e direta, gostosa de ouvir, mas que não acrescenta muito, apesar do bom momento instrumental do solo. “Awaken the Master” tem uma baita introdução e parece usar de base a primeira faixa, pois segue exatamente o mesmo padrão e cabe ressaltar o ótimo trabalho de guitarra, pesada e crua, aliada a ótimas sacadas de Mangini na bateria. Os longos 20 minutos da faixa título encerram o disco de forma que a banda realmente se diverte fazendo isso, empregando momentos surtados, mas sem de fato impressionar, servindo somente de um bom final.

O resultado é bom, mas em momento algum a banda se arrisca em algo, tudo é dentro da normalidade e do esperado, o disco se repete dentro de si mesmo em dado momento. O Dream Theater prova que ainda pode jogar esse jogo, mas dessa vez, de forma um pouco preguiçosa, talvez intencionalmente na ideia de se homenagear, o que faz deste novo episódio, somente mais um!

NOTA: 3/5