Após anos engavetado, a perda do vocalista Burton C. Bell antes do lançamento oficial, dúvidas se realmente existia ou não, finalmente nesta sexta (18), o novo disco do Fear Factory vê a luz do dia. “Aggression Continuum” chega pela Nuclear Blast e traz a banda de sempre, o que é bom e ao mesmo tempo ruim.

São 30 anos e nesse tempo, a sonoridade do FF foi se moldando, mas sem nunca perder características próprias, de imediato se ouvíssemos algo deles sabíamos quem era. Isso não é diferente aqui, porém, dessa vez, parece que estamos ouvindo o mesmo disco pela quinta ou sexta vez, desde quando optaram por um rumo sonoro em “Archetype” de 2004, até o penúltimo trabalho em 2015, “Genexus“. O 11° trabalho não foge a regra e parece uma extensão de algum desses álbuns, ou até uma repetição de um deles.

Se a intenção sua não for ouvir por algo novo, o trabalho funciona perfeitamente, com músicas que são verdadeiras muralhas sonoras, como “Recode” ou a agressiva ao extremo “Disruptor“. A faixa título também é outra que impõe um baita respeito, invocando os tempos áureos da banda com as atmosferas densas do industrial em que o Fear Factory é mestre. “Collapse” também é outro destaque com sua quebradeira total e sem respeito! Um caos sonoro executado com domínio total! Há alguns desperdícios como a poderosa “Fuel Injected Suicide Machine“, que é insana em seus versos mas se perde num refrão horroroso, ou a péssima “Monolith“, que soa perdida e inútil.

Saber que se trata de uma banda identitária é ótimo para qualquer músico, e se esse é o ponto do Fear Factory, aqui eles acertam em cheio, porém, nada irá impressionar a quem já acompanha a banda há um tempo. Não que isso seja sinônimo de não qualidade, pois é um bom disco, mas para por aí.

O futuro pra esses caras ainda é incerto, mas como Dino Cazares  disse que o novo vocalista pode ser tanto um homem ou uma mulher, desde que aguente a bronca, que seja quem for, consiga trazer algum frescor por aqui, tá precisando!

NOTA: 2,5