Formado pelos irmãos Dan e David Huff (respectivamente guitarrista e baterista do White Heart,) e o baixista Mike Brignadello, o Giant sempre chamou atenção por seu Aor classudo e cheio de pompa, ainda que um pouco melancólico. Após um hiato de 12 anos entre Promised Land de 2010 e Shifting Time de 2022, a banda parece consolidada novamente, agora sem o mentor Dan Huff nas guitarras, com Jimmy Westerlund (One Desire) na formação, no lugar de John Roth (ex Starship e Winger).

Para confirmar esse retorno, o Giant lançou esse disco que é simplesmente espetacular. Amantes de Aor preparem seus corações, pois esse disco tem tudo pra ser o melhor lançamento de 2025 na seara Aor/Melodic Rock. O disco é uma verdadeira aula de bom gosto, principalmente nos timbres de guitarra. Jimmy consegue ser original e ao mesmo tempo emular Dan Huff nas frases, composições e sons, com soluções harmônicas surpreendentes e cativantes.

Já na primeira música, a excelente It’s Not Right, a banda mostra que seu bom gosto na hora de compor continua intacto. Tudo aqui soa com um frescor incrível, como se estivéssemos voltando aos anos 80 e ouvindo aor pela primeira vez, tamanha a emoção e a força das canções presentes aqui. Os vocais de Kent Hilli estão poderosos, como em Hold The Night e na faixa título.

Alessandro Del Vecchio ficou a cargo dos teclados nesse disco, e sua competência inquestionável o fez criar arranjos memoráveis, climas perfeitos para que a banda brilhasse e nos brindasse com alguns dos momentos mais sublimes dentro do estilo. Ouça por exemplo a belíssima It Ain’t Over Til’ It’s Over, em que a sonoridade faz a gente viajar e perceber o quanto o Whitesnake é e será uma influência para todas as bandas que quiserem fazer Melodic Rock. Uma balada sensacional, com destaque para o belo solo de violão e os climas no meio, finalizando com um solo de guitarra furioso e melódico, que com certeza arrancaria um sorriso de Brian May e David Gilmour.

Time To Call It Love parece muito com o Harem Scarem, embora seu início sugira In These Arms do Bon Jovi, sem soar como mera cópia. A produção, o ponto baixo do disco anterior, aqui parece ter sido feita com mais tempo e cuidado, já que todas as faixas soam poderosas e com aquela ambiência típica de bandas como Foreigner e o próprio Giant das antigas, que tanto amamos.

Caminhando pro final e a única coisa a lamentar nesse disco é que ele acaba. Com 49 minutos e 20 segundos, o disco nos dá a impressão de ser muito curto, de tão agradável que soa. O Giant está mais vivo que nunca e esse disco é um clássico do AOR atual, sem exagero algum.

Nota: 4,5/5