A primeira coisa que chama atenção ao ouvir o novo disco do Helloween é que não soa como a fase clássica da banda. Ainda que a faixa de abertura tenha alguns elementos do já saturado metal melódico (ou power metal, como preferirem), a banda parece não querer se prender ao estilo que ajudou a fundar. Saviour Of The Wolrd também lembra algo da fase antiga, mas as comparações param por aí. Já na terceira faixa, a esplendorosa Little Is A Little Too Much, o Helloween mostra que não vê o menor problema em soar como o Place Vendome (clara influência de Michael Kiske nas composições), pisando forte no Aor.
We Can Be Gods tem riff espetacular, pesado, bateria “bumboduplada”, soando como um Angra sem problemas contratuais e existenciais. A bela balada Into The Sun é comovente e tocante, com belo arranjo de teclados e guitarra excepcional tanto em timbres como em sonoridade. A sonoridade hard rock deve desagradar os puristas, o que sempre é bom sinal. O Helloween tem uma capacidade única de transitar por sonoridades mais amenas sem perder a dignidade. Se você discorda, saiba que até mesmo Chameleon e Pink Bubbles Go Ape são trabalhos acima da média e acredite, fariam uma bela trinca com esse Giant & Monsters.
Hand Of God é uma das melhores faixas do disco, mostrando uma banda poderosa, afiada e inspiradíssima mesmo após 41 anos de carreira. Pra fechar o disco, as maravilhosas Under The Moonlight, e Majestic, com sua intro misteriosa de acordes limpos e vocal soturno á la Rob Halford em sua banda solo.
Esse disco vale cada segundo de audição, principalmente se você acha que ninguém tem feito nada de interessante no metal, ainda que aqui seja uma verdadeira salada hard/heavy bem temperadinha.
Nota: 4,5/5

