O último suspiro Viking

O mais novo trabalho do Leaves’ Eyes chega as prateleiras das lojas de discos só no próximo dia 23 de outubro, mas devido a cortesia da gravadora AFM Records, o HB já tem em mãos esse aguardado álbum, e vamos contar para você caro leitor o que achamos desse novo passo da carreira da banda de Alexander Krull.

Mas, antes de tudo é preciso dizer que os álbuns do Leaves’ Eyes, invariavelmente nos oferecem passagens históricas interessantes e merecem um destaque especial no que se refere a parte lírica. Então vamos lá.

The Last Viking” nos leva a Inglaterra do período medieval, em especial para a batalha de Stamford Bridge, que teve lugar na aldeia do mesmo nome, em 25 de Setembro de 1066, envolvendo o exército Inglês sob o comando do Rei Harold Godwinson e uma força norueguesa (os Vikings) invasora liderada pelo Rei Harald III, chamado de Hardrada (“o governante duro“). Depois de uma batalha sangrenta, Hardrada, assim como a maior parte dos noruegueses foram mortos. Embora Harold Godwinson tenha expulsado a maioria dos invasores, seu exército foi derrotado pelos normandos em Hastings menos de três semanas depois. Mas a batalha de Stamford Bridge tem sido tradicionalmente apresentada como um símbolo sobre o fim da Era Viking. Já deu para perceber que você deve comprar o CD e ouvir com o encarte nas mãos para acompanhar as letras. E por falar nas músicas…

As batidas tribais anunciam que o ‘Rei está Morto’ em “Death Of A King” e cinematograficamente começamos a ser levados para tempos remotos em um clima envolvente, como se estivéssemos sendo preparados para enfrentar uma batalha de vida ou morte. “Chain Of The Golden Horn” é épica, é forte, é irresistível. Se você não se sentir um verdadeiro viking ao cantar o refrão é melhor escolher fazer parte do exercito contrário. “War Of Kings” começa com coros potentes e daí entra uma voz soberana que merece ser destacada. O que canta a senhorita Elina Siirala é uma grandeza. Eu entendo que uma parte dos fãs tenha pegado no pé, principalmente no início, por estar substituindo a Liv, mas não se pode questionar o talento da cantora, que é dona de uma voz belíssima.

Black Butterfly” tem uma convidada muito especial, pois se trata da cantora Clémentine Delauney do Visions of Atlantis. Uma calma introdução ganha um ritmo acentuado com uma linha bem definida de baixo/bateria, que proporciona o fundo adequado para as duas estrelas brilharem com suas vozes celestiais. “Serpents And Dragons” é rápida e tem uma levada típica de canção folk metal. Os destaques, além dos coros envolventes, é o contraste dos duelos vocais entre Krull e a soprano.

Dark Love Empress” é a canção do clipe que foi lançado antecipadamente para promover o disco. Tem muito de Within Temptation nela, principalmente na intro e na harmonia. O refrão é muito bonito, principalmente por causa da interpretação de Elina, que se utiliza de pequenas variações em suas entonações, mas que causam um resultado impressionante. “Two Kings One Realm”… isso não é bom. O legal é ter um reino para cada um. Mas brincadeiras a parte, a faixa é quase uma ponte entre as estórias já contadas e possui uma nova levada tribal recheada de efeitos sintéticos, violinos, orquestrações e backings.

Hora de acelerar bastante com “For Victory” e sua cadencia quase power em algumas passagens.  O contra ponto vem quase que imediatamente com a sensacional “Varangians”, que é um hino bem marcado cheio de vida, que me lembrou o velho Slade nos seus tempos áureos, principalmente no refrão, com suas paradas, backings  e ‘heys’ . Certamente uma das melhores músicas do disco.

Um andamento bem consistente inicia “Serkland”, que traz um dos melhores trabalhos na relação do vocal principal de Elina com os potentes coros. O refrão é puro envolvimento, dá até pra imaginar os fãs batendo palmas e acompanhando o ritmo, isso quando os shows voltarem é claro. “Night Of The Ravens” tem um dos melhores rifes do álbum e muito trabalho nos arranjos, que encaixou coros em camadas em quase todas as partes. “Flames In The Sky” tem aquele coro que te prepara para a batalha, não esqueça que somos Vikings e não estamos aqui para só observar. Elina mais uma vez sobe o tom dando outro show a parte, seja junto ao coro ou em destaque.

Break Into The Sky Of Aeon” é arrastada como uma semi-balada de doom metal, principalmente devido as inclusões de piano e violino na melodia. Perto do final o ritmo acelera no melhor estilo das bandas de gothic metal da segunda metade dos anos 90 e termina com uma bela passagem de piano. Fechando o álbum a épica e longa faixa título, que em sua intro invoca com trombetas (ou algo parecido com isso, seja lá o nome que os Vikings usavam) todas as suas forças para a batalha final. Em seus mais de dez minutos os andamentos são muito variados, apresentando ora partes bem pesadas, ora mais calmas. É um final perfeito para toda a trama.

The Last Viking” é um trabalho muito bem produzido, com uma grande variedade de detalhes e que vai agradar em cheio aos fãs do Leaves’ Eyes. Elina Siirala esta cada vez mais se firmando entre as melhores cantoras de sua geração e Alexander Krull ao lado de sua banda mais uma vez nos apresenta um trabalho muito diferenciado. Importante dizer que “The Last Viking” também vai ser lançado em uma edição especial com um CD bônus contendo todas as faixas, só que de forma instrumental.

Nota: 4/5

Tracklist:

01 – Death Of A King

02 – Chain Of The Golden Horn

03 – War Of Kings   

04 – Black Butterfly (feat. Clémentine Delauney)

05 – Serpents And Dragons

06 – Dark Love Empress   

07 – Two Kings One Realm

08 – For Victory

09 – Varangians

10 –Serkland

11 – Night Of The Ravens

12 – Flames In The Sky

13 – Break Into The Sky Of Aeon

14 – The Last Viking

Leaves’ Eyes:

Elina Siirala (Vocals)

Alexander Krull (Vocals)

Thorsten Bauer (Guitar, Bass)

Micki Richter (Guitar)

Joris Nijenhuis (Drums)

 Fique ligado:

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