Um trabalho de classe.
Quando Lori Lewis ingressou no Therion, a banda de Christofer Johnsson apresentou aos fãs uma cantora soprano poderosa e com muito carisma nas apresentações ao vivo. Há cerca de cinco anos devido a compromissos pessoais, Lori optou por não fazer mais parte das tours do Therion, o que representou uma terrível baixa na formação da banda e muito lamentada pelos fãs, que tiveram que se contentar – e comemorar – a participação de Lori apenas nos trabalhos de estúdio, o que garantiu sua presença no último disco do Therion, “Beloved Antichrist” de 2018.
Eis que somos surpreendidos – pelo menos eu fui – com esse que é o primeiro trabalho solo de Lori, que contou com o grande apoio dos músicos da banda russa Arcane Symphony. O instrumental do álbum é eclético, mas com muita influência de metal sinfônico e orquestrações. Um nicho perfeito para Lori se sentir muito confortável, explorando linhas vocais tradicionais e líricas ao seu bel prazer. Para tornar a coisa ainda mais familiar, Lori contou com as participações de seus ex-companheiros de Therion, o guitarrista Kristian Niemann e o também cantor Thomas Vikström.
Lori e sua voz maravilhosa se encaixaram perfeitamente na esfera do metal sinfônico proposto nesse álbum, com pequenas diferenças em relação ao seu trabalho no Therion, mas sem deixar de lado sua veia teatral e suas influências de música clássica. A participação dos músicos do Arcane Symphony permitiu a Lori incorporar algumas faixas do álbum da banda chamado “A New Day Begins” de 2015. Foram providenciadas alterações nos arranjos e nas letras, que ficaram muito a caráter para que Lori pudesse tornar essas músicas em algo mais significativo e único, conforme podemos conferir nas faixas “Mercury – Messenger Of Dreams” e “Luna – Moonlight Chariot”, que no disco do Arcane Symphony, se chama “Loneliness”. Nessa música, particularmente, é preciso ressaltar a fantástica participação de Kristian Niemann e da violinista Anastasia Terekhova.
Um lado mais moderno pode ser encontrado nas faixas “Jupiter – Deus Pater” e “Mars – Star Of Marduk” com uma bateria acentuada e rifes curtos, proporcionando a Lori a oportunidade de usar um vocal mais tradicional com toda sua versatilidade. Mas se você gosta do lado operístico de Lori, a sugestão é a bela “Saturn – Ruler Of The Golden Age”, onde ela apresenta todo seu talento como soprano em uma linda interpretação muito emotiva.
A conclusão a que chegamos é que o primeiro álbum solo de Lori Lewis mostra que suas origens não foram ignoradas e nenhuma surpresa inesperada foi oferecida. O que é ótimo, pois esse trabalho representa exatamente o que essa extraordinária cantora, que conquistou fãs ao redor do mundo pode oferecer: Brilho, talento e carisma. Que venham outros álbuns de Miss Lewis o mais breve possível.
Nota: 3,5/5
Setlist:
1.Sol Invictus – The Unconquered Sun
2.Mercury – Messenger Of Dreams
3.Venus – Bringer Of Love And Desire
4.Tellus – Fruit Divine
5.Luna – Moonlight Chariot
6.Mars – Star Of Marduk
7.Jupiter – Deus Pater
8.Saturn – Ruler Of The Golden Age
9.Uranus – Father Of The Titans
10.Neptun – Crown Of The Ocean
