“Muita classe”
Ano que vem o EP “In Concert” completará quatro décadas e um ano depois será a vez do lendário álbum “Heavy Metal” completar seus 40 anos. Eu apenas citei esse dois trabalhos para mensurar o tamanho e a longevidade – apesar de dois hiatos na carreira ao longo dos anos – que o Mad Max (para você mais jovem que não conhece bem a banda, sim o nome foi inspirado na franquia estrelada por Mel Gibson) representa e por que é tão respeitado.
Lançado via SPV/Steamhammer o álbum “Stormchild Rising” é o décimo quarto trabalho full dos alemães que esbanjam categoria em doze faixas com muito heavy melódico, mas sem abrir mão do peso no rifes e dos solos inspirados e consistentes.
“Hurricaned” abre o álbum com uma nítida levada a la Rainbow e não é por acaso, pois a faixa é espécie de homenagem a banda do ‘man in black’ e conta com participação especial do último cantor a empunhar o microfone da mítica banda, Ronnie Romero. Na sequencia temos “Talk to the Moon” é outro hard bem trabalhado onde encontramos rifes certeiros e melodia por toda parte.
Quando eu disse a pouco que a banda não abre mão do peso mesmo estando determinada e estável no rock melódico eis que entra “Eyes of Love” com seu rife, ganchos e pontes sensacionais para comprovar minha tese. Aliar peso com doses fortes e melodia é uma receita que só funciona quando preparada por quem tem muita experiência. A middle ballad “Ladies And Gentlemen” é pura inspiração com seus dedilhados de violão em contraste do belo solo de guitarra.
A dobradinha “Mindhunter” e “Rain Rain” mantém o padrão me alto nível com arranjos muito bem trabalhados. “Gemini” é totalmente rock de arena daqueles que te obrigam a acompanhar o andamento batendo pé e balançando a cabeça. A densa “Kingdom Fall” tem um dos melhores refrões do disco, pois alia aquele gosto de metade dos anos 80 com a sonoridade atual do Mad Max.
“The Blues Ain’t No Stranger” é certamente o momento mais emotivo do disco, pois o solo pertence a outro convidado muito especial. O guitarrista Oz Fox do Stryper que para quem não sabe sobre está lutando contra um doença bem complicada mostra toda sua técnica e talento com as seis cordas em um solo arrepiante. “Take Her” é originalmente uma canção gravada pela banda Rough Cutt e é justamente Paul Shortino (vocalista do Rough Cutt) e sua voz inconfundível que chega para participar dessa vez.
“Busted” encerra o álbum convencional em grande estilo com instrumental oscilando entre o hard e o AOR com uma facilidade que faz até perecer fácil, mas não. A versão com bônus conta com “Ladies And Gentlemen” novamente por em uma edição reduzida e com diferenças no refrão e nas letras.
No que se propõe a fazer o Mad Max faz e muito bem feito. Eles dominam seu território com uma classe e uma segurança que só mesmo décadas de dedicação a música pode proporcionar. Que Jürgen Breforth e companhia continuem na ativa por muito tempo ainda. Confira.
Nota: 4.5/5
Tracklist:
- Hurricaned
- Talk To The Moon
- Eyes Of Love
- Ladies And Gentlemen
- Mindhunter
- Rain Rain
- Gemini
- Kingdom Fall
- The Blues Ain’t No Stranger
- Take Her
- Busted
- Ladies And Gentlemen (single edit – bonus track)
Mad Max:
Michael Voss – Vocals, Guitars
Jürgen Breforth – Guitars
Thomas “Hutch” Bauer – Bass
Axel Kruse – Drums