Dois anos depois, uma pandemia sendo colocada para trás, diversos acontecimentos no mundo, infelizmente não sendo os mais positivos o possível, podem ter ajudado a moldar Starlight And Ash, o vindouro lançamento, da banda que, em minha humilde opinião, vem sendo a mais criativa e proeminente dessa geração do Metal, o Oceans Of Slumber.
Capitaneada pela belíssima voz de Cammie Beverly e a bateria/piano de Dobber Beverly, o Oceans Of Slumber, muito bem acompanhados na formação da banda por Xan Fernandez(guitarra), Jessie Santos(guitarra), Mathew Aleman(sintetizadores) e Semir Ozerkan(baixo), a banda resolveu nesse disco nos mostra uma faceta ainda mais interessante, com o peso ainda presente, mas não nas clássicas guitarras distorcidas, no baixo “supergrave”, ou em momentos arrastados, mas sim em uma composição densa, dolorosa, as músicas conseguiram criar um clima de sofrimento que te machuca, as vezes pode ser até incômodo.
Eu vou comentar com vocês uma coisa, a audição de Starlight And Ash não é nada fácil, como foi em Winter, The Banished Heart ou no disco anterior, o homônimo Oceans Of Slumber, discos esses bem bons, mas, eu diria, com uma audição mais “amigável”. O que eu quero dizer com isso é que, em Starlight And Ash, a banda conseguiu combinar as suas influências de Nick Cave e Southern Rock e de uma forma incrível, combinar com a sonoridade do Type O Negative e Katatonia, as músicas aqui contidas são ótimas, como os três singles já lançados(The Waters Rising, This LightHouse e Hearts Of Stone) já mostravam como a banda mudou o direcionamento de suas composições e o disco só confirma isso. Red Forests Road mantém um ótimo ritmo dessa levada meio gótica, com southern rock, a incrível e dolorida The Hangman Tree é outro exemplo da genilidade no qual a banda nos mostra. No disco temos uma faixa instrumental, tocada por Dobber, um piano incrível em The Spring of 21, que é linda.
Sendo que, nesse disco, o meu destaque é pra surpreendente e emocionante versão de The Animals, com House Of The Rising Sun, a voz de Cammie como sempre(e em todas as músicas do disco) brilha como nunca. Um violino lindo acompanha ela, a letra sofrida, aqui no disco, só complementa a genialidade da banda em fazer suas versões e composições próprias, uma banda que não está querendo se manter em um cenário, ou mesmo ficarem estagnados em uma fórmula, Starlight And Ash pode ser considerado, com toda a certeza, um ponto de ruptura na “normalidade” no qual a banda vinha entregando e é uma entrega ímpar, maravilhosa e única. Belíssimo disco e um lançamento que será muito comentado por todos.
NOTA: 4 / 5
