Resenha: Omminous – Immensity (2020)

“O primeiro álbum de uma banda experiente”

Nota: 3,5/5.

Formada ano passado (2019) quando alguns integrantes da Coldness, outra grande banda da cena cearense, decidiram fundar sua  própria banda. A Omminous faz um Heavy Metal técnico e melódico capaz de agradar fãs de Angra e de Fates Warning. O grupo se define como uma “Banda brasileira de Heavy Metal com letras ocultistas e existencialistas, embalada por riffs pesados e climas progressivos. Mas sabemos que, para além das classificações, há sempre algo que os ouvintes vão sentir e captar de formas diferentes, por isso alertamos: a banda é nova mas os seus membros são músicos experientes, por isso o que têm para oferecer é uma música elaborada com o padrão de qualidade de quem entende de boa música.

Immensity é um álbum que deve ter demandado um belo investimento financeiro, pois é notório que a banda caprichou na maioria dos detalhes. Com 58 min e 12 faixas, o ouvinte, de cara já percebe que vai precisar de mais de uma audição para captar o espírito da obra. Não que isto seja um desafio, mas há momentos que a atenção pode escapar (dependendo do entusiasmo de cada um). As composições são experimentadas e  certamente exigiram muito dos músicos na execução. Há momentos inspirados como em 1) Behind All The Consent, 8) Overcasting Skies e 12) Immensity,mas também há momento em que como disse antes, a atenção pode buscar alguma fuga externa, como em 5) Why? e6) Tunnel to the Underworld que, embora estejam conectadas ao conceito geral, juntas acabam se tornando chatas. Isto não deve ser entendido como uma detração. Ao contrário, é uma observação pessoal de quem se dedicou a ouvir o álbum inteiro mais de uma vez e buscou estabelecer um contato mais pessoal com a música da banda. Inclusive, de um modo geral, o resultado é positivo. Principalmente se considerarmos que se trata de o primeiro álbum. Mesmo – como disse antes – que os músicos sejam todos talentosos, há, no decorrer da audição, pontos que poderiam ter sido melhor “amarrados” e isso nos informa que a o grupo têm estrada a percorrer com relação à tomada de decisão quanto aos aspectos mais técnicos do processo de gravação e mixagem. Nada mais natural no que diz respeito à afirmação de um grupo, de uma banda.

Por fim, observei que muitos veículos especializados têm se referido à banda como um grupo competente. E, de fato, o são. A banda já é uma grande promessa do Brasil para o mundo. Acredito que se persistir, muito em breve estarão colhendo lindos frutos desse trabalho honesto e dedicado. A formação atual conta com Lenine Matos (voz), George Rolim (baixo) e Yago Sampaio (guitarra) e João Felipe (bateria). Diego Vidal, que fez as partes de bateria, deixou a banda algum tempo após as gravações.

> Texto originalmente publicado no blog Esteriltipo