Os ícones do thrash canadense, Sacrifice, retornam com força total em seu sexto álbum, apropriadamente intitulado Volume Six. Já se passaram muitos anos desde The Ones I Condemn (2009), que marcou a volta da banda à ativa. E agora, será que podemos chamar este novo lançamento de mais um grande renascimento?
A formação clássica segue intacta: Scott Watts (baixo), Rob Urbinati (guitarra/vocal), Joe Rico (guitarra) e Gus “Go Maple Leafs” Pynn (bateria). E acredite se quiser: este álbum eleva o nível do trabalho anterior. Um verdadeiro massacre sonoro!
O disco começa com “Comatose”, uma faixa que inicia de forma atmosférica antes de mergulhar direto no thrash avassalador. Urbinati está afiadíssimo, entregando vocais agressivos e cortantes. O baixo se destaca na mixagem, enquanto as guitarras de Rob e Rico se entrelaçam em harmonias e solos de primeira. E Gus? Espanca a bateria como se fosse seu último dia de vida. O riff principal gruda na cabeça e já deixa claro que o álbum não veio para brincadeira.
“Antidote of Poison” desacelera o ritmo, mas aumenta o peso. Com uma pegada arrastada e sombria, remete diretamente à sonoridade clássica do final dos anos 80. O momento em 2:30 traz um riff isolado que antecede uma explosão de thrash que pega de surpresa – e é simplesmente insano! As guitarras aqui são puro caos controlado, evocando a essência do Sacrifice.
Sem perder o embalo, “Missile” chega como um verdadeiro projétil lançado em velocidade máxima. Destaque para os rolos de bateria em 1:50, preparando o terreno para mais uma tempestade de riffs. A música brinca com harmonias e solos, e claro, aquele whammy bar marcante faz sua aparição! A influência dos primeiros trabalhos da banda é nítida, especialmente do clássico Torment in Fire (1986). O final da faixa é simplesmente destruidor, com uma bateria insana e uma mixagem cristalina.
“Incoming Mass Extinction” é um estouro de energia de apenas dois minutos, repleto de riffs acelerados e solos furiosos, bem posicionado no meio do álbum. Em contraste, “Black Hashish” é uma instrumental de mais de seis minutos. Geralmente, faixas instrumentais podem quebrar o ritmo de um disco, mas aqui a construção musical é tão bem feita que qualquer vocal pareceria deslocado. A técnica dos músicos brilha intensamente nessa composição.
A pancadaria continua com “We Will Not Survive“, uma das faixas mais brutais do álbum. O riff de abertura é um dos melhores e mais impactantes que o Sacrifice já criou. A estrutura da música alterna momentos de peso e velocidade com precisão cirúrgica, mantendo a intensidade até o final. Essa precisa entrar nos shows ao vivo!
Volume Six é uma aula de thrash metal. Rápido, pesado e tecnicamente impecável, mas acima de tudo, viciante. Como nos melhores trabalhos da banda, as músicas grudam na mente e exigem repetidas audições. A produção e a mixagem são poderosas, destacando cada instrumento com clareza. E pensar que 2025 está só começando, mas uma coisa é certa: o Sacrifice já entregou um dos álbuns mais impactantes do ano!
NOTA: 5 / 5