Vindo direto da Mooca em São Paulo para o mundo, o Scars traz seu mais novo material, o pesadíssimo álbum, “Predatory“, que chega em 7 de agosto pela Brutal Records, e sendo direto, as coisas aqui são brutas e não há tempo para delongas. Um belo trabalho do puro thrash e aliado à uma dose cavalar de groove metal, transformam este disco num grande momento da cena nacional. 

Quem abre o disco é a faixa título, e “Predatory” chega com vontade com um trabalho da bateria de João Gobo nervoso e um baixo de Marcelo Mitché um tanto presente. A canção invoca o que há de melhor no estilo thrash e o vocais de Régis F. são animais. Ótimas linhas da guitarra também são vistas por aqui, obra de Alex Zeraib e Thiago Oliveira, a dupla mata a pau suas passagens alternando entre pelo e ótimas melodias. O solo é devastador. Muito boa introdução. “These Bloody Days” segue devastador e direta, continuam as ótimas linhas vocais e a bateria sendo espancada, criando passagens marcantes e que tornam a faixa ainda mais destruidora. O solo é rápido e certeiro, executado de forma surtada e encaixa perfeitamente. 

Ancient Power” é mais cadenciada em seus primeiros versos, mas logo a virada acontece muto bem iniciada e a “thrasheira” surge trazendo uma sonoridade mais nervosa, carregada de raiva, tem mais um ótimo solo. “Sad Darkness of the Soul” é soturna, traz aquela sonoridade macabra e muito bem marcada com linhas de guitarras um tanto sujas e uma mudança sonora que acontece muito bem fluída e mostra versatilidade dentro do disco. “The Unsung Requiem” é um interlúdio instrumental e logo, “Ghostly Shadows” é quem chega e a brutalidade volta. Há passagens muito boas no refrão que lembram em certo momento o que o Lamb of God costuma mostrar em seu som.  

The 72 Faces of God” é bastante groovada e traz ótimas linhas da guitarra, com uma trabalhando mais pesada e outra mais melódica disparando solos que se encaixam muito bem dentro do som, e o baixo continua marcando sua presença. “Beyond the Valley of Despair” é puro peso em sua introdução e traz mais um momento mais cadenciado, que soa muito bem, mas logo as coisas mudam e o bicho pega de novo, com um porradeiro andamento e que irá fazer abrir rodas dentro do quarto! Encerrando, “Violent Show” é aquela pura veia metal falando alto. Agressiva, rápida, certeira e direta. Um baita encerramento fazendo jus ao seu nome, trazendo blast beats em seu refrão que deixa tudo ainda mais cheio de peso. 

A banda ainda deu de bride dois singles que foram lançados em 2018, quando a banda retornou de um hiato de dez anos pelo qual havia passado, que são “Armaggedon” e “Silent Force” que são pura agressividade e deveriam listar entre a lista do disco, caberia melhor que algumas das faixas principais. 

Ótimo exemplar da cena nacional, puro metal sem frescura ou rodeios. Músicos competentes e um um bate cabeça dos melhores. Coloque o fone de ouvido e espere por uma canseira no melhor dos sentidos. 

NOTA: 4/5

Tracklist:

Predatory

These Bloody Days

Ancient Power

Sad Darkness of the Soul

The Unsung Requiem (Instrumental)

Ghostly Shadows

The 72 Faces of God

Beyond the Valley of Despair

Violent Show

Armageddon (Bonus Track)

Silent Force (Bonus Track)

Formação:

Régis F. (vocals)

Alex Zeraib (guitarras)

Thiago Oliveira (Lead guitarras)

Marcelo Mitché (baixo)

Joāo Gobo (bateria)