“Familiar é a palavra”

Nenhuma introdução é necessária quando se comenta a respeito de Steve Howe, uma verdadeira lenda viva da guitarra, com seu nome vinculado com gigantes do porte do YES e ASIA. Excluindo os trabalhos paralelos, “Love Is” é seu primeiro álbum solo desde o instrumental “Time” de 2011.

Nesse novo lançamento o caráter mais familiar é notório, pois participam ao lado de mr. Howe, seu filho Dylan na bateria e o atual vocalista do YES, Jon Davison, que também toca baixo nas faixas em que canta.

Fulcrum“, que abre o CD, começa com um estilo de violão que poderia ser classificado como vintage, que transmite melodias relaxadas que criam uma sensação de paz única. “See Me Through” acelera o ritmo e apresenta vocais estruturados e altos. A vibe é extremamente positiva e a música proporciona a mr. Howe a possibilidade de disparar notas por todos os lados. Já a instrumental “Beyond The Call”, com uma base criada por um órgão, é introspectiva e possui varias mudanças de andamentos, que literalmente colocam a imaginação do ouvinte em diversos caminhos diferentes entre si.

Se você anteriormente já ouviu alguma coisa da carreira solo desse senhor, a canção “Love is a River” pode lhe parecer até familiar, pois é a expressão mais clara das temáticas de mr. Howe. Através de vários movimentos distintos que variam entre o acústico e o elétrico, o guitarrista mostra criatividade e inspiração. “Sound Picture” é um puro exemplo de rock progressivo com tímidas linhas de jazz, que produzem um resultado fantástico e de muito bom gosto em uma harmonia convidativa de sons.

It Ain’t Easy” talvez seja a passagem do disco que podemos chamar de pop, mas não no sentido medíocre da palavra, pois o arranjo é muito bom e o instrumental é rico em detalhes, mas o tranquilo vocal de Jon Davison traz sensação que a canção poderia fazer parte das triviais programações das rádios. “Pause For Thought” é uma faixa instrumental mais intensa em sua proposta com efeitos sintéticos, com as cordas variando e se valendo do estilo flamenco, em dedilhados com escalas progressivas muito bem encaixadas.

O ritmo em “Imagination” tem algumas ‘quebradas’ interessantes nas pontes antes do refrão, sempre sendo realçadas pelas intersecções que mr. Howe introduz nos andamentos. Uma linha de baixo muito bem definida, cria uma cama sólida para a guitarra se fazer presente em “The Headlands”, que certamente possui os melhores solos do álbum. E para encerrar o trabalho temos “On the Balcony”, que começa com uma intro experimental e ao longo do caminho ganha variações fortes e bem objetivas. Dylan se mostra bem criativo em sua participação deixando claro que herdou o talento para música que é singular em sua família.

Love Is” é um disco leve em que as dez faixas que o compõem passam como em um piscar de olhos. Claro que a guitarra tem seu protagonismo, mas em essência é um álbum muito técnico e com melodias belíssimas. Steve Howe está entre os grandes nomes do rock por tudo que já fez e a julgar por esse trabalho, também pelo o que ainda vai fazer.

Nota: 4,5/5

Tracklist:

  1. Fulcrum
  2. See me Through
  3. Beyond the Call
  4. Love is a River
  5. Sound Picture
  6. It Ain’t Easy
  7. Pause for Thought
  8. Imagination
  9. The Headlands
  10. On the Balcony

Band:

Steve Howe – Electric, Acoustic, Steel & Bass Guitars, Keyboards, Percussion, Vocals

Jon Davison – Bass, Vocal Harmonies (2,4,6,8 & 10)

Dylan Howe – Drums

Fique ligado:

https://www.facebook.com/guitarrondo

https://stevehowe.com