“Com o DNA de L.A.”
Quando se trata de um disco do L,A. Guns o primeiro cuidado que se deve tomar é saber QUAL do L.A. Guns deve ser considerado. Como sabemos a banda que conquistou sucesso mundial entre os anos 80 e 90, tem seu nome envolvido por uma disputa de direitos de uso entre seus membros mais famosos. Dessa forma é comum um do L.A. Guns contando com Tracii Guns e Phil Lewis se apresentar em um lugar e a versão de Steve Riley estar fazendo o mesmo em um clube do outro lado da rua, também usando o sagrado nome (dentro do hard rock) do L.A. Guns.
“Renegades“, no caso, é o novo álbum da versão c do L.A. Guns e acompanhando o baterista temos Kelly Nickels no baixo, Scotty Griffin na guitarra solo e Kurt Frohlich nos vocais e guitarra. O álbum tem a alma roqueira do tradicional L.A. Guns, o que não é nenhuma novidade, pois a cozinha ‘desse’ L.A. Guns é a da formação original da banda com Riley e Nickels, e juntos eles conseguem transmitir a pegada inconfundível dos primeiros discos do grupo.
“Crawl“, que abre o álbum, já convence logo de cara com um groove muito legal. O backings são bem elaborados e o rife tem muita personalidade. A elogiada cozinha comanda as ações do ritmo inclusive com um destaque para o baixo de Nickels, que fala alto o tempo todo. “Why Ask Why” começa de forma sensacional com o fellings dos velhos clássicos da banda com a formação original. O vocal em camadas de Frohlich funciona muito bem e o trabalho do instrumental é muito bem encaixado, e é preciso destacar o solo incendiário. Se a canção anterior já mexeu com os seus sentimentos ‘hardrockeiros’ (SIC) se prepare para “Weoll Oiled Machine”, que parece querer te levar em uma maquina do tempo direto para os anos de ouro do estilo. O rife, o refrão, as bases, tudo é o mais puro L.A. Guns dos bons tempos. A canção tem inserções durante o andamento que só realçam a melodia. Que musicão.
“Lost Boys” tem um toque de modernidade, mas sem que a aura do hard da banda seja comprometida. É interessante esse tipo de abordagem, pois não deixa que insinuações – mesmo que infundadas – se propaguem a respeito de um som datado ou algo do tipo. A canção conta com um rife consistente e uma harmonia progressiva na relação ponte e refrão, que por sinal novamente utiliza backings muito bem colocados. Não existe um álbum de hard rock sem a tradicional balada, isso é um mandamento, sabia? Exageros a parte, “You Can’t Walk Away” está pronta para cumprir seu papel a contento. Não há novidades: a letra, melodia, instrumental emotivo e um solo memorável. Precisa mais? Claro que não.
A bruxaria não se limita apenas ao título de “Witchcraft”. Os arranjos cheios de quebradas são realmente perfeitos para ouvir enquanto o caldeirão está fervendo. O peso e vocais fortes chegam com tudo em “All That You Are”. O trabalho na relação vocal principal, secundário e backings são dignos de destaque, além é claro de Riley, que senta a mão sem dó em seu kit. “Would” apresenta um violão dedicado em sua conduta e o cantor Frohlich se aproveita muito bem da atmosfera para mostrar versatilidade. Um arranjo sintético valoriza a harmonia.
A faixa título é perfeita dentro de sua proposta de fazer o ouvinte não ficar parado. A letra se encaixa muito bem na situação vivida pela banda em sua luta para manter seu direito de honrar o legado do L.A. Guns. Fechando o disco temos “Don’ Wanna Know” cheia de groovy com uma linha de baixo simplesmente dominante. A intenção de terminar a festa em grande estilo é evidente e quer saber? Funcionou muito bem.
Se a atual situação nos leva a ter dois L.A. Guns na ativa, que todos os discos, de ambas as versões, sejam tão bons como “Renegades“. As novas canções possuem o espírito contido nos velhos clássicos da banda, e irão agradar aos velhos fãs certamente. È um disco com o mais puro hard rock de respeito e que deve ser conferido por todos os apreciadores do cultuado estilo.
Nota: 4/5
Tracklist:
1.Crawl
2.Why Ask Why
3.Weoll Oiled Machine
4.Boys
5.You Can’t Walk Away
6.Witchcraft
7.All That You Are
8.Would
9.Renegades
10.Don’ Wanna Know
Line-up:
Scotty Griffin – guitars
Steve Riley – drums
Kelly Nickels – bass
Kurt Frohlich – vocals e guitars
