Resenha: Uganga – Servus (2019)

“Metal moderno e inovador cantado em português”

Nota: 4/5

Banda do Triângulo Mineiro (MG) formada no ano de 1993. Com 25 anos de estrada e vários lançamentos (Atitude Lótus (2003), Na Trilha do Homem de Bem (2006), Vol.3: Caos Carma Conceito (2009), Eurocaos Ao Vivo (2013), Opressor (2014), Manifesto Cerrado – DVD (2017) e Servus (2019)), o grupo conquistou uma posição de destaque no cenário nacional. Mas foi além: fazendo um metal moderno e cantado em português, conseguiu chamar atenção dos gringos por sua música inovadora e brutal e isto os levou a duas turnês internacionais e à conquista de apoios importantes para o lançamento do último disco.

Servus foi financiado com o apoio de dois prêmios relevantes: 1) o Wacken Foundation, que é uma organização alemã sem fins lucrativos idealizada pelos mesmos produtores do maior festival de Heavy Metal do planeta, o Wacken Open Air e o Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PMIC) de Uberlândia (MG). O som praticado pela banda é, por convenção, denominado de Thrashcore, mas pela audição, percebemos que é muito mais do que isso. A banda conseguiu realizar uma ótima produção e isto realçou as inovações elaboradas no que diz respeito à incorporação de ritmos brasileiros e estrangeiros ao metal agressivo da banda. Outra coisa importante sobre este disco e sobre a banda é sua opção por escrever letras em português e mesmo assim conseguir dar sentido à sua música. Todos sabemos o quanto é difícil para o banger brasileiro aceitar a própria língua quando ela figura em primeiro plano nos discos de metal. Só que nesse caso é diferente! Tanto há aceitação por parte dos brasileiros quanto dos gringos e isto pode ser comprovado pelo fato de a banda já ter feito 2 giros internacionais e ainda haver conquistado o apoio de uma fundação internacional para bancar os custos de gravação, produção e lançamento do trabalho em questão. Com músicos oriundos de várias vertentes da cena mineira, a banda está fugindo do lugar comum e, para este que vos escreve, os destaques do disco são as faixas: 2) Servus, 4) Abismo, 5) Down e 10) Lobotomia.

A formação que gravou o álbum é comporta por Manu Joker (vocal), Christian Franco (guitarra), Thiago Soraggi (guitarra), Maurício “Murcego” Pergentino (guitarra)*, Raphael “Ras” Franco (baixo e vocal) e Marco Henriques (bateria e vocal). (*) Após a gravação do disco, Murcego foi substituído por Lucas “Carcaça” que permanece na banda.

> Texto originalmente publicado no blog Esteriltipo