“Doenças de laboratório infectam a humanidade. Não há esperança para a cura”
Como dito no post anterior, àquela altura da minha vida, eu não dava a mínima para as bandas nacionais, exceto o Sepultura. O grupo pegou a muitos de surpresa com o sucesso indiscutível de Arise. Um disco que foi chamado por boa parte da empresa NÃO especializada de esporro sonoro violento e gratuito. No que concordo em parte, mas esse esporro vendia milhões de copias pelo mundo e não poderia ser ignorado. Era o quarto full length, mas apenas o segundo da banda a ser lançado por uma gravadora internacional. Os caras tinham sangue nos olhos e a mesma necessidade que todo brasileiro tem de se sentir representado. E era isso que tornava o Sepultura uma banda especial. Eles representavam os headbangers brasileiros no mundo e isso era motivo de grande orgulho para todos nós, bangers. Mas não eram apenas os brasileiros que ostentavam esse sentimento, todos os fãs de metal dos chamados “países de terceiro mundo” (expressão em voga na época) se identificavam com a atitude musical da banda.
A importância desse disco, para mim, é que 1) representa a descoberta do Sepultura e da música extrema, que mais tarde ganharia a minha predileção; 2) Assinala a exata medida entre o passado mais old school e o futuro mais experimental da banda; 3) Tem uma sonoridade moderna e contem uma música extremamente pesada; 4) Por meio deste, pude abrir a Caixa de de Pandora do metal e vislumbrei o mundo caótico das maiores bandas de Thrash/Death Metal (Slayer, Kreator, Testament, Possessed, Death, Obituary, Benediction, Morbid Angel, Carcass, Death, Napalm Death e muitas outras); 5) Assumi meu gosto pelo Metal de forma incondicional.
Depois de Arise, um mundo novo se mostrou para mim: havia dezenas de bandas que estava descobrindo e milhares por conhecer. Nesse contexto, Parecia natural que eu negligenciasse todas as outras grandes bandas no cenário nacional, mas achasse o Sepultura o máximo. Todavia, o tempo se encarregaria de consertar essa injustiça.
> Texto originalmente publicado no blog Esteriltipo.