“Um nome para chamar a atenção”

Você já sabe. Todas as segundas e sextas uma nova dica está a sua disposição aqui no HB, que sempre tenta na medida do possível envolver todas as vertentes da música pesada. Reforçando que a ideia aqui é propor uma sugestão para que você ocupe um tempinho do seu dia conhecendo algumas curiosidades e o mais importante, preenchendo um pedaço do seu tempo com uma boa dose de música pesada. E a dica de hoje é o álbum da banda Bitch, intitulado Be My Slave.

Be My Slave” é o primeiro álbum da banda americana de heavy metal Bitch e foi lançado em primeiro de julho de 1983 via o selo Metal Blade Records. O álbum foi gravado no Track Record Studios, Los Angeles entre os meses de maio e junho de 1983, com a produção a cargo de Phil Pecora e Brian Slagel. O Bitch foi o primeiro artista a assinar com a gravadora Metal Blade Records.

A banda assinou contrato com a lendária gravadora após lançar um EP autofinanciado intitulado “Damnation Alley” em 1982. No ano seguinte, o grupo lançou seu primeiro álbum completo, o já citado “Be My Slave“. Durante a turnê do disco, o Bitch desenvolveu uma fama muito polêmica com espetáculos de palco elaborados. Estes incluíam elementos sadomasoquistas, como bondage, roupas chamativas (principalmente as que a vocalista Betsy usava) e a humilhação de um “escravo” homem no palco. Com isso a banda chamou a atenção de Tipper Gore, a líder do P.M.R.C. (Parents Music Resource Center), que fazia oposição ferrenha ás bandas de heavy metal naquela época. Aleia a essa polêmica o Bitch tocava regularmente em clubes da famosa Sunset Strip, como o Whiskey-a-Go-Go, Gazzarris, The Roxy e muitos outros, dividindo a palco com grupos de metal como W.A.S.P., Slayer e Armored Saint – sem falar do icônico Troubadour onde a banda realizou o primeiro show da tour de “Be My Slave” em 21 de julho de 1983. O álbum foi relançado em 1989 em um único CD com o EP “Damnation Alley” como bonus.

Para divulgar o LP a banda gravou dois clipes sendo o primeiro para a faixa título e o outro para a canção “Leatherbound“. Ambos tiveram pouco orçamento disponível para a produção e limitam-se a banda dublando as músicas como se estivesse tocando ao vivo. Por causa da baixa qualidade de imagem esses clipes foram omitidos por vários canais e seus programas tradicionais, se tornando itens  mais cultuados e sendo procurados por apreciadores nas redes de trocas de VHS’s em meados dos anos 80.

No BrasilBe My Slave” foi lançado pela RGE, com o selo Young. Esse lançamento improvável só chegou as nossas lojas de discos graças ao interesse das gravadoras nacionais em acompanhar suas matrizes americanas. Somente com o boom do heavy metal lá, lançamentos como esse se tornaram viáveis em lugares como o Brasil. O álbum que em sua versão nacional não trazia encarte, foi lançando em meados de 1986. Minha cópia foi comprada na loja Metal Discos em Santo André-SP, isso em outubro de 1988.  

Be My Slave” é um clássico exemplo do som que as bandas dos anos 80 podiam produzir. O nome do conjunto deu o que falar no que se refere a polêmicas (muitos lojistas se recusavam a expor um LP com o nome ‘puta’ na capa), mas o instrumental, que é o que realmente importa, é vibrante e pesado. Para quem viveu aquela época nenhuma novidade, é um ótimo disco. Mas para quem ainda vai conhecer já vou avisando, que é impossível entrar nesse nicho sem querer aprender, conhecer e adquirir mais e mais, discos e bandas como o Bitch. Prepare-se, pois vale a pena. Os links estão a disposição como de costume, até a próxima.

Dados:

Lançamento: 1 de julho de 1983.

Selo: RGE Young (Brasil); Metal Blade Records (EUA).

Produção: Phil Pecora e Brian Slagel.

Tracklist:

Lado A

1.”Right from the Start”  

2.”Be My Slave”               

3.”Leatherbound”   

4.”Riding in Thunder”      

5.”Save You from the World”

Lado B

1.”Heavy Metal Breakdown”   

2.”Gimme a Kiss”    

3.”In Heat”      

4.”Make It Real (Make It Rock)”

5.”World War III”

Bitch:

Betsy Bitch – lead vocals

David Carruth – guitar

Mark Anthony Webb – bass

Robby Settles – drums

(Créditos das fotos: Paulo Márcio)