Colocando um ponto final.
Final de semana chegando e junto a ele uma nova dica, pois aqui no nosso espaço sempre tentamos na medida do possível envolver todas as vertentes da música pesada. Como eu já disse algumas vezes anteriormente, a ideia aqui é propor uma sugestão para que você ocupe um tempinho do seu dia conhecendo algumas curiosidades e o mais importante, preenchendo um pedaço do seu tempo com uma boa dose de música pesada. E a dica de hoje é o primeiro álbum ao vivo do Theatre of Tragedy, Closure: Live.
“Closure: Live” é um álbum ao vivo da banda norueguesa de metal gótico Theatre of Tragedy. O registro foi gravado no festival Metal Mania em Katowice, Polonia e o CD lançado em 28 de maio de 2001 pela gravadora Massacre Records. A produção foi de responsabilidade de Siggi Bemm e Matthias Klinkman, sendo que a mixagem foi concluída no Woodhouse Studios. O CD possui dez faixas de áudio nas edições normais, e em algumas edições especiais, duas faixas de vídeo multimídia como bônus.
O Theatre of Tragedy desde sua fundação em 1993 primou pela iniciativa de criar um som novo e moderno, agregando peso e melodia clássica em suas composições. Em uma sequencia impressionante de ótimos trabalhos a partir de 1995 com seu álbum de estreia, também chamado de Theatre of Tragedy, o grupo foi conquistando fãs e recebendo elogios da crítica, que citava em várias matérias o característico estilo ‘a bela e a fera’, por causa do contraste vocal entre a soprano Liv Kristine Espenæs, dona de uma voz angelical e os grunhidos de Raymond Rohonyi.
O álbum “Velvet Darkness They Fear” lançado em 1996 e o EP “A Rose for Dead” de 1997, são grandes responsáveis por uma enxurrada de bandas de gothic metal com dois vocalistas que surgiram nos anos seguintes, que seguiram rigidamente o estilo do Theatre of Tragedy.
Com a criatividade ainda em alta e com seu estilo totalmente desenvolvido a banda alcançou seu apogeu no ano de 1998, com o lançamento do álbum aclamado pela crítica “Aégis”, que é considerado pelos apreciadores de gothic metal uma obra prima definitiva.
Mas a virada do século literalmente traria uma reviravolta na carreira da banda. Lançado em 2000, o sucessor do clássico “Aégis”, o álbum intitulado como “Musique” apresentou uma mudança no direcionamento musical do Theatre of Tragedy muito acentuada. O tom sombrio gótico moderno foi substituído por um som sintético com muito eletropop e alguma influência de industrial. A recepção da crítica ficou dividida, assim como os fãs, porém uma parte, principalmente os mais antigos ficaram totalmente chocados. Claro que devido ao novo direcionamento da banda, eles também ganharam um bom número de novos fãs.
E é exatamente nesse ponto da carreira que a banda registra seu primeiro trabalho ao vivo, “Closure: Live”, gravado durante o Metal Mania festival na cidade de Katowice, Polonia, em 29 de abril de 2000. O trabalho só foi lançado em 2001 e por conter vários clássicos dos primeiros discos, acabou por animar até mesmo os fãs mais antigos, que continuavam desconfiados. Desconfianças essas que se tornaram realidade com o álbum de 2002, “Assembly” seguindo o novo estilo do Theatre of Tragedy, que não conseguiu mais retomar o sucesso de antes. A cantora Liv Kristine se separou da banda em 2003 por causa das famosas “diferenças musicais”.
No Brasil “Closure: Live” foi lançado ainda em 2001 pela Hellion Records, que também já tinha outros títulos do Theatre of Tragedy em seu vasto catálogo. E essa edição nacional é uma das mais completas, pois além das dez faixas ao vivo em áudio, duas faixas multimídia fazem parte do álbum, sendo elas os clipes ao vivo de “Cassandra” e “Der Tanz Der Schatten“. Minha cópia eu comprei em uma das lojas da Hellion na Galeria do Rock em novembro de 2002.
O grande mérito do Theatre of Tragedy foi criar sua própria identidade e inspirar tantas outras bandas a seguir seu caminho. Além de ser um dos grandes responsáveis por tornar o gothic metal um dos estilos mais importantes dentro do cenário metálico na segunda metade dos anos 90. Os links estão à disposição como de costume. Até a próxima.
Dados:
Lançamento: 28 de maio de 2001.
Selo: Hellion (Brasil); Massacre (Europa).
Produção: Siggi Bemm e Matthias Klinkman.
Tracklist:
1.”Intro/And When He Falleth“
2.”Der Spiegel“
3.”Cassandra“
4.”Venus“
5.”Black as the Devil Painteth“
6.”Siren“
7.”Poppæa“
8.”Bacchante“
9.”A Distance There Is“
10.”Der Tanz Der Schatten“
Bonus videos:
“Cassandra“
“Der Tanz Der Schatten“
Theatre of Tragedy:
Raymond Rohonyi – vocals
Liv Kristine Espenæs – vocals
Frank Claussen – guitars
Vegard K. Thorsen – guitars
Lorentz Aspen – keyboards
Hein Frode Hansen – drums
(Créditos das fotos: Paulo Márcio)
