Testament – Titans Of Creation (2020)

“Quando alcança o seu Deus, ele está lá?”

NOTA: 4/5.

A virada do século foi desgastante para as bandas do metal tradicional. Por falta de perspectivas, grupos como Anthrax encerraram suas atividades e o Testament, sem gravadora, chegou a anunciar que também pararia caso Demonic (independente) não vendesse o mínimo necessário. A banda não chegou a parar, mas passou por momentos de instabilidade com a troca de membros e a crise de identidade vocal de Chuck Billy, que decidiu mudar para o gutural e levou um certo tempo até achar um novo tom. Naquela ocasião, até participou das audições do pessoal do Sepultura, para substituir Max Cavalera.

Então, depois de QUASE haver encerrado as atividades, a banda conseguiu uma nova gravadora e deu início a um novo ciclo bons álbuns. Mas foi quando assinou com a Nuclear Blast que as coisas se transformaram de fato. E, com The Formation Of Damnation (2008), a banda engatou a quinta marcha e não desacelerou mais. O que se seguiu foi uma sequência de álbuns absolutamente incríveis.

Nesse contexto, Titans Of Creation (13º álbum) é mais uma obra de grande significado. Mantendo a linha do seu antecessor, The Brotherhood Of The Snake, não inova, ao contrário, trás mais do bom e maravilhoso metal que nós, bangers, não nos saciamos nunca. Composições simplesmente perfeitas: objetivas, pesadas e melódicas. Tudo na medida certa e feito com paixão e fúria. Elementos, aliás, característicos dessa banda que agrada em todos os sentidos. Liricamente o conteúdo do álbum impressiona pela sagacidade com a qual os caras se articulam e lançam questionamentos pertinentes, como em False Prophet (religião e religiosidade), The Night Stalker (sobre Richard Ramirezserial killer) e Symptoms (sobre neurose/psicologia). Musicalmente, não me atrevo a citar destaques pois estou verdadeiramente apaixonado e sem condições de realizar juízos de valor, mas basta apertar o play pra entender do que estou falando. É um álbum com o qual os caras se afirmam como a melhor banda de Thrash Metal da atualidade. Eles simplesmente não tem mais o que provar!

A formação que gravou o disco é composta por um verdadeiro dream team do Metal: Chuck Billy (vocal), Eric Peterson (guitarra), Alex Skolnick (guitarra), Steve DiGiorgio (baixo) e Gene Hoglan (bateria).

>> Texto originalmente publicado no blog Esteriltipo.