The Mist #2 – The Hangman Tree (1991)

“De espantalho a carrasco”

NOTA: 4,5/5.

Aproximadamente dois anos mais tarde, a banda retorna com um novo disco e com ele, oferece três mudanças bem específicas: 1) a mascote da banda, que era representado pela figura de um espantalho (como o próprio nome diz), evoluiu para algo mais assemelhado à figura de um maníaco assassino (como o nome do álbum sugere); 2) Os caras estavam mais experientes e conseguiram encaixar melhor as ideias no processo de gravação; 3) A banda fez experimentos musicais que podem ser associados aos estágios iniciais do que hoje chamamos de metal industrial.

Apesar de haver sido gravado no início dos anos noventa, o espírito oitentista ainda está presente e isto, para todos os efeitos, é bom. A banda conseguiu introduzir nuances rítmicas que enriqueceram as harmonias, como por exemplo, as linhas de teclado que emulam sons de cordas e coros vocais que serviram para criar climas bastante soturnos. Outro ponto que merece menção é a entrada na banda de Jairo Guedz. Mais profissional, seu estilo em nada lembra o seu passado primário com o Sepultura de Bestial Devastation. Em alguns momentos, ele faz coisas complexas como entrelaçar notas mais altas que entregam seu gosto pela música progressiva (isso também é bom!). O disco teve uma produção acima da média para a época e influenciou o gosto musical deste que vos escreve, quando começou a ouvir Metal em 1993. Inclusive, para este, os destaques do disco são: 2) Scarecrow, 3) Peter Pan Against The Word e, claro, 9) The Hangman Tree – Epilogue.

A formação que gravou o disco era composta por Vladimir Korg (vocal), Jairo Guedz (guitarra), Marcello Diaz (Baixo, vocal), e Christiano Salles (bateria, vocal). […] O disco foi produzido e mixado pelo mago brasileiro do metal, Gauguin, com suporte dos próprios músicos. […] Algumas curiosidades sobre o disco: 1) a faixa Falling Into My Inner Abyss também aparece na coletânea Cogumelo Records Compilation (2000); 2) Toxin Diffusion, que aparece na edição de relançamento do álbum (2017), é uma versão para a música da extinta banda Psychic Possessor (BRA), que também se destacou na era de ouro do metal de Belo Horizonte.

Texto originalmente publicado no blog Esteriltipo.

Edição revisada.