O power trio punk rock paulistano Anônimos Anônimos fala sobre exaustão na nova música ‘Tô bem não‘, um sentimento tão experimentado por grande parte da sociedade nos últimos anos. O single, que também ganhou videoclipe, é o terceiro lançamento da banda pelo selo Repetente Records, com distribuição digital da Ditto Music.

Ouça no streaming: https://ditto.fm/to-bem-nao.

Assista ao videoclipe

A letra fala de um ponto de vista pessoal, de alguém encarando os obstáculos do seu cotidiano, mas certamente todos vão se identificar: a canção e sua sonoridade capturam esse espírito dos tempos difíceis que também se vive no coletivo.

É certo que a vida nunca foi fácil para o brasileiro, mas o combo pandemia + desgoverno definitivamente acabou com o que restava da nossa saúde mental e isso tem ficado claro na nossa saúde e humor. Gritar o refrão de Tô Bem Não é nossa recomendação terapêutica para ajudar a seguir em frente“, comenta a banda.

A música tem vocais graves com uma interpretação forte e um instrumental bem cru e pesado, com uma levada marcante de bateria e baixo distorcido.

Tô bem não‘ chega a lembrar um pouco a pegada power trio do Motörhead ou até mesmo a fase mais pesada do Titãs.

Um curiosidade deste single: o produtor Phil Fargnoli tocou uma espécie de Steel Guitar no refrão, que dá um som bem interessante.

O clipe é uma espécie diferente de lyric-video, com adesivos em situações estressantes, irritantes. Feito por Rafael Castro (que já tinha dirigido o primeiro clipe da banda, chamado Sísifo), é todo baseado em artes da ilustradora Bruna Ceregato, que trabalha com street-art e tem uma marca de roupas chamada Cansada.

A ideia e o convite para Bruna vieram justamente das suas ilustrações com personagens com expressões cansadas e mensagens de exaustão com o cotidiano.

Além disso, a Anônimos Anônimos lançou filtros de Instagram e um pacote de figurinhas de whatsapp com as ilustrações do clipe.

A Anônimos Anônimos

“Estou farto de semideuses” Álvaro de Campos

Cada vez mais, a vida real parece um show onde todos são celebridades perfeitas e os coaches e tutoriais de sucesso proliferam tanto quanto os casos de ansiedade.

Foi nesse contexto que, em 2020, foi criada a Anônimos Anônimos, banda paulistana de punk rock/hardcore.

Apesar de nome relativamente novo no punk nacional, o Anônimos Anônimos carrega experiência e anos de estrada.

Flávio Particelli (vocal e guitarra) Roberto Bezerra (baixo) e Marcelo Sabino (bateria e backing vocals) já haviam participado de outras bandas prolíficas do cenário independente paulistano como Fullheart (1999-2006, com 1 EP e 2 discos) e Falante (2006 – 2009, com 2 EPs).

A proposta é servir como um grupo de terapia, em que as pessoas podem se livrar das máscaras e pressões da sociedade através da música barulhenta e catártica. Liberdade, cumplicidade e amizade em um espaço onde todos são iguais.

Tratam de temas do cotidiano, da vida sempre com uma visão analítica crítica, com humor ácido e questionador, que pode misturar otimismo com niilismo.

Os músicos ainda possuem outros projetos em atividade. O baterista Marcelo toca nas bandas punk Chuva Negra e Faca Preta, e o vocalista Flávio toca na dupla de folk A Ride For Two.

No começo de 2020 lançaram dois singles e um videoclipe de forma independente. Após isso, atravessando todo o período de pandemia em 2021, concentraram seus esforços em compor e gravar de forma segura e sem pressa o primeiro EP da banda “Baita Astral’.

O EP, que será lançado em 2022, possui cinco músicas e foi produzido por Phil Fargnoli, guitarrista da banda CPM22.