A virada do milênio começou promissora para os amantes de Aor/Melodic Rock. Se na década anterior, por causa do crescimento do movimento grunge, muitas bandas tiveram que “dar um tempo” ou “expandir sua criatividade” lançando discos mais sérios (pra não dizer contidos), nos anos 2000 um tímido revival começava a dar sinais de surgir, especialmente em países europeus, já que o mercado americano mergulhava de cabeça nas divas pop e nas boy bands, além do Nu Metal.
Uma das bandas que surgiu nessa época, mais precisamente lançando seu primeiro disco em 2011, veio da fascinante Grécia e atende pelo nome de Wild Rose. Formada por Andy Rock (guitarra, teclados, backing vocals e cérebro por trás das composições) e contando com David A. Saylor nos vocais (do segundo disco em diante), Dimos Thomaidis na bateria, Phil Gun no baixo, Tiny Karpo na guitarra, o Wild Rose tem 4 discos lançados e é criminosamente ignorado na comunidade aorzeira. Sabemos que a Grécia não tem um cenário musical forte no quesito Hard Rock/Aor, mas tanto os discos do Wild Rose como os discos solo de Andy deveriam figurar nas prateleiras de todo amante de som oitentista.

Atuando há mais de 20 anos no cenário hard da Grécia, Andy é um exímio compositor, e não faria feio escrevendo hits para Foreigner, Journey ou Survivor por exemplo. Ouça Desperate Heart (do disco 4, de 2016) e comprove a força de suas canções, já que facilmente poderia estar na trilha sonora de algum filme dos anos 80, com nostalgia cativante e surpreendente. Os 4 discos da banda exalam saudosismo, sem nenhum espaço pra modernidade, o objetivo aqui é capturar o ouvinte e transportá-lo direto para a melhor década, como se fosse uma máquina do tempo sonora. Mais ainda, o clima aqui é tão envolvente, que ao ouvir com volume bem alto, parece transformar o ambiente a sua volta em um filme da Sessão Da Tarde ou aqueles do antigo Cinema Em Casa.
Os produtores e promotores tem levado bandas de hard rock aos festivais pelo mundo e não seria pedir demais encaixar o Wild Rose num desses festivais, já que a mesma continua na ativa. Não sabemos exatamente o que falta para uma banda como essa alcançar o mesmo patamar do H.E.A.T. ou do Nestor (só pra citar as mais aclamadas da atualidade), mas acredito (opinião pessoal) que o fato de residirem na Grécia, um país sem a menor tradição no Aor, dificulte o ingresso da banda no mainstream. O fato é que é essa é mais uma de muitas bandas injustiçadas no meio Hard Rock/Aor, e só quem pode mudar isso é o próprio público. Quem nunca ouviu isso aqui, não perca tempo.
O Som…
O Wild Rose mistura elementos de Melodic Rock , Aor e Hard Rock, com destaque para suas melodias criativas e refrões cativantes.
O som dos caras é altamente indicado para fãs de Foreigner, Europe, Whitesnake, Bon Jovi, Journey e coisas do tipo. Vocais poderosos, tecladeira arrumada, baixo gorduroso e guitarras com interpretações minimalistas e pontuais, mesclando riffs e climas, com dedilhados de som limpo e power chords típicos, além de frases certeiras que em alguns momentos parecem uma mistura de Steve Lukather e Jim Peterik (Survivor).
Aliás, Andy Rock pode ser considerado, em minha modesta opinião, como o Desmond Child grego, tamanha sua capacidade de compor melodias inesquecíveis mostrando que nem só de política, mitos e estátuas vive a Grécia.
Discografia:
Todos os discos estão disponíveis no canal da banda no Spotify.
- 2011 – Half Past Midnight
- 2013 – Dangerous
- 2014 – Hit ‘n’ Run
- 2016 – 4
