Resenha: Angel Witch – Angel of Light (2019)

“Uma estranha colisão entre luz e escuridão”

NOTA: 3,5/5.

Banda britânica de heavy metal formada em 1977. Foram um dos percussores do movimento conhecido como a “Nova Onda do Metal Britânico”, ou, como a maioria prefere: NWOBHM. Juntamente com bandas como Iron Maiden, ganhou destaque no cenário metálico da época.  A formação original era composta por Kevin Heybourne (guitarra), Bob Downing (guitarra), Kevin Riddles (baixista ) e Dave Hogg (bateria). Inicialmente adotaram o nome Lucifer, que mudou para Angel Witch após a saída do guitarrista Downing.

O seu álbum de estreia (autointitulado), lançado em 1980 permanece um clássico até hoje, e representa um marco para a consolidação do estilo e do próprio movimento. Contendo músicas como a famosa “Angel Witch” e a clássica “Angel Of Death“, a banda inspirou muitas bandas consagradas como CandlemassSaint Vitus e Cathedral. Mas, devido a desendimentos entre os músicos, a banda decide parar dois anos depois. O vocalista Kevin Heybourne, ainda tentou manter a banda com uma nova formação. Com esta, lançaram os álbuns Screamin ‘And Bleedin’ (1985) e Frontal Assault (1986), ambos considerados bons, mas não o bastante para segurar a banda por muito tempo na ativa.

O que seguiu foram incontáveis rompimentos e ressuscitamentos com novas formações, no entanto não foi mais possível para Heybourne resgatar a magia da formação clássica.

Quando ninguém mais esperava, eis que a banda ressurge em 2019 com um disco – pra dizer o mínimo – muito legal. Legal porque as composições são boas e a produção idem, mas parece deslocado de sua época, o que enseja críticas por parte dos roqueiros “pós-modernos” no sentido pejorativo da palavra. Todavia, quem é fá da banda, do estilo ou de tudo o que representa a NWOBHM vai amar.

Pode parecer exagero, mas com Angel Of Light a banda conseguiu realizar uma estranha colisão entre luz e escuridão, como nos grandes clássicos do cinema, que embora enrugados pelo tempo, contém uma aura que nunca poderá ser apagada.  Músicas como Death from AndromedaThe Night is Calling e Window of Despair são bons exemplos do que digo. É uma agradável mistura de uma sonoridade propositalmente suja com intenções maliciosas (espirito oitentista), com capacidade para emocionante aos “metaleiros” mais sensíveis. De brinde, o disco ainda oferece alguns dos melhores riffs compostos por Heybourne. A faixa que dá nome ao disco também tem a função de encerrá-lo e certamente é o melhor momento da audição. São 7 (sete) minutos de malevolência sabbathiana – só que em nível intermediário, pois creio que nenhuma outra banda será um dia tão maligna quando o Black Sabbath de Sabotage, por exemplo. Enfim, um disco que vale a pena ouvir, principalmente se você é gosta de tudo que foi produzido naquela época maravilhosa.

A formação que gravou o disco é composta por Heybourbne (guitarra), Will Palmer (baixo), Jim Martin (guitarra) e Fredrik Jansson (bateria).

> Texto originalmente publicado no blog Esteriltipo