O Asphyx, uma das maiores bandas de death/doom da cena europeia, foi formado em 1987 na cidade de Oldenzaal, na Holanda. Desde então, a banda tem se mantido fiel ao seu estilo sombrio e brutal, com uma carreira marcada por 10 discos de altíssima qualidade. Eles já haviam se apresentado no Brasil quase 10 anos antes, durante a Krushing Latin America Tour de 2015, passando por São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba. Em 2024, o Asphyx retornou à América Latina com a turnê South America, the Brutal Way…, promovendo seu último álbum Necroceros (2021).
Em Belo Horizonte, o show aconteceu no Mister Rock Bar na sexta-feira, 8 de novembro de 2024. Apesar de a expectativa ser alta, o público ficou bem abaixo do esperado, com menos de metade da capacidade da casa ocupada. Não pude assistir à performance do Evilcult devido ao trânsito caótico de BH, que se intensifica ainda mais no horário de pico, especialmente com a chuva. Sai do trabalho já tarde e, por isso, só cheguei a tempo de ver o Troops of Doom. Uma pena, pois estava ansioso para ver o Evilcult ao vivo.
Quando o Troops of Doom entrou no palco, logo mandaram ver com a introdução The Absence of Light, seguida de Act I – The Devil’s Tail. O vocalista e baixista Alex Kafer não perdeu tempo e, antes mesmo de a música continuar, provocou o público: “Cadê esse público? Isso é um show de heavy metal, abre essa porra da roda!” Ele repetiu o pedido por várias vezes, incentivando o pessoal a se jogar no mosh e aumentar a energia da apresentação.
A segunda parte do show começou com Act II – The Monarch e seguiu com The Rise of Heresy, faixa-título do primeiro EP da banda. Em um momento, o público foi convidado a aplaudir o guitarrista Jairo Guedz, que aproveitou a oportunidade para apresentar Morbid Visions, do Sepultura. A reação foi imediata: uma roda de mosh insana se formou, e eu não resisti e entrei também! O show foi encerrado com uma mistura de clássicos e novidades, incluindo a pesada Dawn of Mephisto (do A Mass to the Grotesque, lançado em 2024), o cover de Troops of Doom (do Sepultura) e, para finalizar, a icônica Mr. Sandman.
Já o Asphyx subiu ao palco com tudo, abrindo com The Quest of Absurdity e logo detonando com Vermin, faixa do primeiro álbum da banda. Foi como voltar no tempo para 1991. A sequência foi arrasadora: Molten Black Earth, uma verdadeira aula de death doom, seguida por uma trinca de clássicos, com Death the Brutal Way, Asphyx (The Forgotten War) e Deathhammer. Deathhammer, uma das faixas mais emblemáticas da banda, ficou ainda mais pesada ao vivo, mostrando a energia brutal do Asphyx em sua melhor forma. Apesar do público reduzido, o show foi fantástico, com muita energia tanto da parte das bandas quanto dos fãs, que, mesmo em número menor, não deixaram de aproveitar ao máximo a noite.
TEXTO e FOTOS POR JHONE CARLOS do O SUBSOLO