No último dia 29 de Outubro, o Blues Pills, banda Sueca de Rock que vem arrebatando corações e fãs pelo mundo, pela primeira vez, se apresentar no Brasil, em São Paulo, para apresentação única, no Carioca Club e nosso colaborador Claudionor Junior compareceu ao evento, então, Claudionor com a palavra.

E foi na noite chuvosa noite de sábado que a tradicional casa de Pinheiros recebeu o Blue Pills, no seu primeiro show no Brasil. Essa banda sueca, com a sua mistura de blues (dããã), hard, classic, stoner, psicodélico, soul e assemelhados surgia em 2011, quando dois então integrantes da Radio Moscow gravaram uma demo com a cantora sueca Elin Larsson. Após assinarem com a Nuclear Blast em 2013 a banda lançou o primeiro dos seus três álbuns em 2014, o auto-entitulado Blues Pills.

Em uma apresentação que iniciou pontualmente as 20:00, com uma lotação moderada na casa, as luzes se apagaram e iniciou a intro. Após a entrada dos músicos Zach Anderson – Guitarra, Kristoffer Schander – Baixo e André Kvarnström – Bateria, as luzes se acenderam e Elin Larsson, com um macacão vermelho (sinais?) e botas brancas, começou com Proud Woman, que contou com a participação do público durante praticamente toda a execução. Nesse começo já ficou claro o motivo do sucesso da banda. A presença de palco da Elin é gigante, ela não para um único segundo. E a voz dela, que já foi comparada a Janis Joplin e Adele, casa perfeitamente com a energia que os demais integrantes da banda executam as músicas.

Na sequencia de Proud Woman foram emendadas Low Road, Dreaming My Life Away e Kiss My Past Goodbye, todas do último álbum da banda (Holly Molly!, lançado em 2020). Após essa sequencia matadora, com o público já na mão, a Elin agradeceu ao público pela presença e disse como estavam felizes de se apresentar no Brasil. Retomaram com duas das antigas, do primeiro álbum, Astralplane e High Class Woman. Essa última contou com um solo espetacular de guitarra do Zach Anderson. E a Elin decidiu que além de cantar como ninguém, poderia ajudar com um chocalho de mão. Emendaram outra clássica, Ain’t No Change.

Agradeceram mais um vez a recepção, e deram uma acalmada no ritmo com a balada Wish I’d Know, do último álbum. Na sequencia voltamos as origens com Bliss. Alternou essa com músicas mais recentes – Black Smoke e  No Hope Left for Me.

Mais uma vez cabe destacar como a Elin não tem um instante de parada. A todo instante está dançando e interagindo com o público.

Apresentaram três músicas na sequencia do segundo álbum da banda, Lady In Gold, Little Boy Preacher e You Gotta Try. Muito interessante notar como o grupo amadureceu musicalmente, pois apesar das músicas antigas serem muito bem executadas, é indiscutível a qualidade superior das músicas do último álbum.

Mais uma interação da Elin, onde perguntou se o público estava gostando e após a esperada ovação, prometeu que voltariam. Já estava entrando um clima de fim de festa, e emendaram com mais dois petardos do último álbum, Dust e Bye Bye Birdy. No final dessa última, Elin decidiu que o palco estava pequeno para ela e decidiu ir para a galera. Desceu para a plateia de microfone e tudo e, como era microfone com fio, descartou o mesmo quando pulou a grade que separava a pista vip, indo até o final da pista. Um final apoteótico para um show incrível.

Após um pequeno intervalo, voltaram para o bis. Começaram com Little Sun, onde ao final da música ela apresentou os demais integrantes e agradeceu mais uma vez ao público. Para encerrar de vez a apresentação a escolhida foi Devil Man. Na introdução dessa música, Elin fez uma performance vocal impressionante. Parecia que ela estava começando o show. Em um universo com tão poucas presenças femininas como o metal, é muito gratificante ver uma apresentação com tanta qualidade e energia quanto foi essa do Blues Pills. E que eles cumpram logo a promessa de voltar ao Brasil.

Bônus Stage: Após a apresentação, na saída do Carioca Club começou uma aglomeração aguardando a saída da banda. Quando aconteceu, mesmo com uma chuva insistente eles mostraram um carinho sem igual com o público, atendendo a todos. Consegui tirar uma foto com o Kristoffer, até onde agradeci pelo show. Foi interessante ver o rosto dele, pois durante a apresentação inteira ele fica apenas com a cabeça baixa e o cabelo por cima. Muito gente boa, poderia facilmente fazer o papel do Kristoff em qualquer filme da Frozen.

FOTOS POR CLAUDIONOR JUNIOR