Death #7 – Symbolic (1995)

“O símbolo da transição entre o passado brutal e o futuro progressivo”

 NOTA: 4,5/5.

Mantendo o hábito de rodízio entre os músicos, a formação que gravou Symbolic, além de Chuck Schuldiner (guitarra/vocais), contou com Kelly Conlon (baixo), que embora, não se destaque tanto quanto o seu predecessor, compôs a cozinha perfeita com Hoglan; Bobby Koelble (guitarra), que produziu estruturas musicais mais simples e conseguiu criar harmonias ao mesmo tempo melódicas e agressivas; Gene Hoglan (bateria), que parece ter atingindo seu ápice como instrumentista ao atingir uma improvável sincronia com Schuldiner. De modo geral, se para alguns, Symbolic parece menos impressionante, para outros, soa mais eficaz.

Este trabalho marcou um momento no qual Chuck dava sinais de descontentamento com os rumos para os quais o estilo caminhava. Àquela altura a brutalidade implacável já não fazia sentido algum para a mente sempre à frente do artista, que parecia buscar contrapontos que justificassem continuar produzindo ideias para o gênero do qual é tido como o criador. Dessa forma, Symbolic também representa uma espécie de transição entre o passado brutal e futuro tecnicamente progessivo da banda.

Aqui, o produtor escolhido foi Jim Morris, que teve como assistente o próprio Schuldiner. Como seus antecessores, este disco é tecnicamente avançado e muito bem produzido. Com efeito, uma das possíveis causas apontadas para tanto é que para o mesmo foram dedicadas mais horas de estúdio. Todavia, a principal característica de Symbolic para este que vos escreve, é a de sintetizar os elementos mais marcantes da banda de modo a realizar a perfeita transição dos trabalhos anteriores (mais brutais) para algo mais progressivamente inovador.

Algumas curiosidades sobre o álbum, de acordo o site Discogs são: 1) Chuck pediu à gravadora que não anunciasse o álbum como um disco de Death Metal; a gravadora o ignorou e o publicou como tal na revista Metal Hammer, o que provocou uma grande briga entre eles; 2) Chuck pretendia encerrar as atividades da banda com Symbolic e lançar um novo álbum sob a alcunha de Control Denied, mas a gravadora Nuclear Blast não concordou em lançar algo novo antes de mais mais um disco com a marca “Death”; 3) Foi assim que surgiu The Sound Of Perseverance, mais isso já assunto para o próximo capítulo.

BANDCAMP: Death Band

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⇒ Texto originalmente publicado no blog Esteriltipo [Edição revisada].

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