Depois de uma infeliz tormenta obrigar o I Am Morbid a cancelar as três primeiras datas da Tour Nacional tendo de ser canceladas (saiba mais aqui) e com esse revés na agenda da banda, acabou que o Rio de Janeiro se tornou a capital a ser o pontapé inicial da Death Alliance Tour III, que vai presentear algumas cidades do Brasil e alguns países da nossa América Latina. Sem mais delongas, bora começar a te dizer o que esperar desse rolé.
A casa escolhida é uma velha conhecida nossa, o Agyto, que um dia foi conhecido como Teatro Odisséia, casa localizada no coração do celeiro da Boêmia Carioca, a Lapa. A casa está retornando a abrir as suas portas para o Underground Nacional e ontem, mal cheguei na casa e já ouvia as primeiras notas da introdução do show do Troops Of Doom, a superbanda capitaneada pelo lendário Jairo “Tormentor” Guedz (guitarra) e com seus companheiros Alex Kaffer (baixo e vocal), Marcelo Vasco (guitarra) e Alexandre Oliveira (bateria) foi a convocada para abrir os shows dessa tour, que, foi uma escolha incrível, já que a banda é uma das grandes revelações do cenário Extremo Nacional e o show deles é simplesmente matador!
Tocando músicas dos EP´s The Rise Of Heresy, The Abscence Of Light e o disco lançado nesse ano, Antichrist Reborn, a banda entrega um Death/Thrash Metal Old School de qualidade impar. Não é a primeira vez que os vejo, eles mestraram na abertura do show do Max & Iggor Cavalera Return to Roots (cobertura aqui) e dessa vez nada foi diferente, com um setlist matador, com músicas Between The Devil And The Deep Blue Sea, A Queda, The Rise Of Heresy, sem contar as clássicas Morbid Visions e Troops Of Doom, que sempre aparecem nos shows da banda. O vocal de Kaffer, cada dia que passa, parece estar melhor, as guitarras de Guedz e Vasco funcionando como duas metralhadoras de riffs, prontas para fazer seu pescoço morrer de tanto bater cabeça e o Alexandre parece cada vez melhor em seu kit, sendo o coração pulsando ódio, velocidade e precisão na bateria, a banda está cada vez melhor, incrível.
Bem, depois de 40 minutos de destruição sonora no qual o Troops Of Doom nos proporcionou, foi esperar um tempinho leve, para vermos o I Am Morbid subir em palco, na formação com Richie Brown e Bill Hudson (guitarras), na bateria ninguém mais, ninguém menos do que Pete “Commando” Sandoval, clássico baterista que gravou os discos iniciais do Morbid Angel e o gigante David Vincent (baixo e vocal) e o I Am Morbid começa a sua Tour Latino Americana e começa muito bem tá. Immortal Rites, Fall From Grace e Visions From the Dark Side.
Tá bom né?? E cara, tenha certeza que melhora demais todo o show, já que a banda meu amigo, tá com tudo. David Vincent é um frontman incrível, ele mesmo sem se mexer muito, tem presença no palco, ele chama atenção, você está sempre vendo ele tocando seu baixo e cantando, vale citar que em um momento do show, ele deu a sua palheta à um fã em frente ao palco e conseguiu, magistralmente, levar nos dedos uma boa parte do concerto. Bill Hudson é um guitarrista que dispensa apresentações, primeiro que o cara é experimentado, passou por diversas bandas do cenário do Metal e está completamente fora do seu “domínio”. Assim, queridas e queridos, digamos que, o cabra toca pra caramba, ele consegue, como ninguém, reproduzir as bases de todas as músicas, com uma facilidade incrível e o seu companheiro em turnê, Richie Brown, mantiveram o fogo queimando em suas cordas demoníacas sendo tocadas e na bateria, “Commando” mostrou o porquê do apelido carinhoso, ele sim comanda as peles, um baterista incrível que sim, ok, tivemos momentos lá atrás aonde pareciam que ele perdia o tempo e tal, mas só parecia, sendo que, era visível o cansaço de Pete no final das músicas.
Se o set se manter na tour, preparem-se para um desfile incrível de clássicos do Morbid Angel incríveis, teve um momento no qual eu não esperava e nem muitos na casa, quando Mr. Vincent anuncia em seu microfone que, além do clássico Altars Of Madness do Morbid Angel, ele e “Commando” também lançaram World Downfall, clássico do Terrorizer e mermão, “…THE DEAD SHALL RISE, FROM THE GRAVE…”. Cara, ter visto Dead Shall Rise ao vivo foi absurdo de legal, de verdade. Mas, tirando esse momento pra mim, Eyes To See Ears to Hear, Pain Divine, Dominate, Maze Of Torment, God Of Emptiness entre outros clássicos fizeram o público carioca se entregar de corpo e alma ao I Am Morbid, em um circle pit insano que não parava, em mãos em riste, pessoas cantando as músicas, um clima maravilhoso para uma quarta feira regadíssima ao melhor do Death Metal Mundial. Então eu deixo aqui para vocês a dica, se entreguem ao show das bandas, pois essa tour será, com certeza, um momento de catarse para todos os fãs do Morbid Angel clássico.
Agradeço demais à Venus Concerts e à Tomarock Produções que nos possibilitaram entregar essa cobertura a vocês.