Max & Iggor Cavalera fazem o Rio tremer com as sangrentas Raízes do Brasil

Sexta feira e o Rio de Janeiro estava mais do que pronto para receber dois nomes de peso do Underground Nacional, um deles, teve sua semente plantada em 2019, em um showzaço do Enterro, na abertura para o The Mist, em Bangu e ter visto Alex Kaffer se unindo ao grande Jairo Guedz para uma homenagem, foi a semente que deu origem a um dos grandes nomes do cenário atualmente e isso tudo ainda para falar que, Max & Iggor Cavalera retornam ao Rio de Janeiro pra celebrar o aniversário de lançamento do disco que, com certeza, é um divisor de águas não somente para o Brasil mas no mundo também, o grande Roots e nesse tempo todo, diversas coisas aconteceram no mundo e dessa vez, os Irmãos Cavalera trouxeram para completar o time o grande Dino Cazares (ex-Fear Factory, Brujeria) para as guitarras desse rolé gigante.

As portas foram abertas às 20:00hr e entramos no Sacadura 154, casa maravilhosa na região do Centro do Rio, sendo ali a Saúde, próximo da clássica Pedra do Sal, um local histórico e boêmio da Cidade Maravilhosa. Ao entrarmos já vemos o pano de fundo do The Troops Of Doom. Sendo que, na entrada, uma cena super me chamou atenção, que eu vi um pai, que me relatou ser super fã do Sepultura, estava com o filho dele, que também é fã da banda e estava ali com o seu pai e esse momento foi super legal, pois estou vendo a renovação começar a acontecer.

Eu com o simpático menino, que curtiu uma noite mágica. Foto feita por Augusto Hunter.

Um tempinho depois disso entra em palco o Troops Of Doom e meus amigos, que porrada!! Alex Kaffer (vocal e baixo), Jairo “Tormentor” Guedz (guitarra), Marcelo Vasco (guitarra) Alexandre Oliveira (bateria) nos mostram o porquê o Death Metal Old School é tão bom, a força que a banda nos mostrou ao vivo é simplesmente absurda, com um setlist todo calcado em seus EP´s(The Rise Of Heresy The Abscence Of Light) e o maravilhoso disco Antichrist Reborn, o time mostrou e sedimentou mais uma vez a qualidade, a força do seu som. Impossível a gente escolher uma música como destaque em uma apresentação tão incrível como foi a do The Troops Of Doom, desde a Intro do show, até Troops Of Doom(cover do Sepultura) a banda mostrou exatamente o por quê eles merecem ser creditados como um dos maiores nomes no cenário Nacional, que apresentação, que show!!

Logo depois dessa destruição, começa aquela arrumação clássica, sai uma bateria, a máquina de destruição de Iggor Cavalera perde a sua proteção e ganha uma bandeira, eu fiquei curioso, mas vamos esperar né, daqui a pouco o som da tribo Xavante, gravado originalmente para o disco no qual iríamos ver a comemoração e meus amigos e amigas leitoras desse estimado portal, a emoção de ver os Irmãos Cavalera subindo em palco e começando Roots Bloody Roots é de arrepiar, muito!! E ainda tínhamos o monstro Dino Cazares com sua guitarra, pesadíssima. Independente do que possa ser dito, é sim emocionante demais ver Max Cavalera tocando sua guitarra, ainda mais comemorando um disco tão importante como o Roots. O som dos artistas estava simplesmente incrível e cada música tocada do Roots foram celebradas de uma forma maravilhosa, foi incrível.

Uma parte maneira em Lookaway, foi no meio da música, Max & Iggor Cavalera meteram no rolé Territory (clássico do Chaos AD) e ainda tiveram como encaixar no rolé um pouco de War Pigs, do Black Sabbath e aí, na finalização do Roots, Max avisou: “daqui pra frente não ensaiamos nada, vai ser festa Rio de Janeiro!” E foi mesmo! Vamos combinar, fico imaginando, como deveria ser, estar com os Irmãos Cavalera no auge deles, lá atrás, de acordo com o Primórdios, do André Barcinsky (resenha do livro aqui), eles sabiam colocar uma grande festa para rolar, coisa essa que foi provada na última Sexta Feira aqui no Rio. Os Cavaleras, em homenagem à Dino Cazares, começam a festa com o clássico La Migra (clássico do Brujeria) seguida por Orgasmatron (Motorhëad) e Titãs com a clássica Polícia. E se temos na casa, um dos fundadores do Sepultura, porquê não reunir os amigos em palco para um som? E tivemos isso aqui no Rio de Janeiro, já que Jairo “Tormentor” Guez retorna ao palco.

Troops Of Doom é executada por 3/4 da formação original do Sepultura, que honra poder ter visto isso acontecendo e logo depois disso, Max & Iggor Cavalera nos presenteiam com Refuse/Resist, que foi ótima e define bastante um infeliz período no qual estamos vivendo. Escape To The Void é levemente tocada e finalizamos a noite com uma versão mais rápida de Roots Bloody Roots e uma noite maravilhosa de muito som pesado ia se finalizando, mas não antes de falar, que Iggor Cavalera, sem nada falar, ao sair do seu belíssimo kit, antes de deixar o palco, sendo o último, levantou a bandeira da Ação Antifascista, mostrou ao público e foi embora, com uma atitude dessas, nenhuma palavra precisa ser dita, nada, simplesmente lembrar desse momento, se “recusar e resistir” ao inerente Caos Fascista que pode ocorrer. Agradecemos, sempre, à Agência OnStage pela confiança em nosso trabalho e nos credenciar para entregar esse texto para vocês.

TODAS AS FOTOS POR GUSTAVO MAIATO.