Carlos Escudero e Jonkol Tera são nossos convidados especiais

Em 2002 um álbum de estreia de uma banda até então novata, chamou atenção dos headbangers brasileiros. “Fight To The End“, graças ao seu lançamento nacional, possibilitou que o VHÄLDEMAR fosse escolhido como banda revelação do ano em importantes publicações.

Para quem ainda não conhece, o VHÄLDEMAR é uma banda espanhola de metal formada no final dos anos 90 na província de Biscaia (em basco: Bizkaia; em castelhano: Vizcaya), na Espanha. Tudo começou quando o guitarrista Pedro J. Monge decidiu formar um grupo com o cantor e também guitarrista Carlos Escudero.

Dai em diante se seguiu uma carreira com álbuns cada vez mais criativos, sempre mantendo a aura do metal pesado em primeiro plano e shows em diversos países. Só entre 2018 e 2019 a banda realizou 42 shows em países como o Japão, Rússia, Holanda, França e seu país natal.

Com um novo trabalho recém-lançado, o ótimo “Straight To Hell”, via gravadora Fighter Records, o VHÄLDEMAR mostra mais uma vez talento de sobra em um disco recheado do mais puro metal.

E o HB teve a oportunidade de bater um papo com o vocalista/guitarrista Carlos Escudero e o tecladista Jonkol Tera, onde conversamos sobre o novo álbum, sobre os planos da banda e muitos outros assuntos.

Antes de tudo, muito obrigado Carlos e Jonkol, por aceitarem nosso convite. Estamos honrados.

Headbangers Brasil: “Straight To Hell” é um álbum incrível. Vocês conseguiram manter a integridade das principais características do power metal tradicional, mas soando extremamente modernos. Essa era realmente a intenção?

Jonkol Tera: Eu diria que a ideia é a mesma de sempre: escrever um álbum onde todas as músicas sejam o mais puro metal, que é o que sabemos fazer. E isso vem acompanhado de uma excelente produção de Pedro J. Monge, nosso guitarrista. E é assim que “Straight to Hell” é, 10 canções de metal da velha guarda, mas soando completamente atual.

HB: Eu imagino como deve ter sido frustrante ter um (ótimo) novo álbum e não poder fazer uma turnê ou ter festival para participar. No caso do VHÄLDEMAR, quais foram os danos que o C-19 causou? Vocês têm um show agendado para dezembro com público limitado, certo?

Carlos Escudero: Tivemos que cancelar todos os shows desde fevereiro da turnê anterior. E da nova turnê quase todas as apresentações agendadas foram canceladas, embora queiramos realiza-las aqui em nossa terra pelo menos. Faremos um concerto com capacidade limitada e iremos dar duas sessões no mesmo dia, para o máximo de pessoas possível. Será algo especial que nunca fizemos antes, com um público sentado, mas com certeza nos divertiremos.

HB: Como estão as vendas de “Straight To Hell“? Os fãs estão aprovando? E o mais importante, vocês estão 100% satisfeitos com o álbum?

Carlos Escudero: Só está à venda há duas semanas e está vendendo muito bem, e tenho certeza que nossos fãs estão adorando. Claro que estamos satisfeitos, nunca fazemos nada que não seja 100%, e acreditamos que é o nosso melhor álbum em todos os aspectos e mais um passo na evolução da banda.

HB: São quase vinte anos de carreira. Claro, os fãs mais antigos continuam a apoiar o VHÄLDEMAR, mas há uma nova geração para se conquistar. Qual é o perfil desses novos fãs do VHÄLDEMAR? Eles são mais exigentes?

Carlos Escudero: Já se passaram muitos anos e temos fãs desde os nossos primeiros dias e outros que têm se juntado a nós ao longo de nossa carreira, e estamos muito felizes, porque eles são fãs muito leais a banda. Eles nos seguem e nos apoiam em tudo o que fazemos e vamos devolver a eles como sabemos melhor. Nunca percebo se o seguidor tem 20 ou 50 anos, se ele se veste de uma maneira ou o que for. A coisa mais importante é que ele deixe sua garganta e pescoço com a banda nos shows ao vivo, ha ha.

Carlos Escudero
HB: Quais são as principais diferenças entre o início dos anos 2000, quando o VHÄLDEMAR começou e a cena da música pesada atual? As coisas melhoraram ou pioraram?

Jonkol Tera: Uma das grandes diferenças que vejo é o formato em que as pessoas consomem música: hoje em dia a distribuição digital corrói o formato físico. Porém, ainda há muitas pessoas que compram CDs e cada vez mais vinis, então as bandas ainda não pararam de produzi-los. Não sabemos se chegará o dia em que o formato físico desaparecerá definitivamente, mas enquanto houver saudade do livreto interno de CD, é improvável. No entanto, eu diria que os shows foram e são o catalisador que move muitos grupos financeiramente.

HB: Infelizmente, ainda não tivemos o prazer de assistir um show do VHÄLDEMAR aqui no Brasil. Mas o que vocês conhecem sobre nossa música? Vocês conhecem algumas das nossas bandas?

Carlos Escudero: A verdade é que sei muito pouco, principalmente porque quando ouço música não presto muita atenção de que país a banda é, só na música. Acho que o Angra é do Brasil, certo?

(N.R.: É sim!)

Jonkol Tera: Eu conheço algumas: Angra, Hibria, Aquaria, Symbols, Tuatha de Danann, Sepultura, Nervosa … .Tem havido muitas exportações do Brasil e de ótima qualidade.

HB: Como funciona o processo de composição dentro do VHÄLDEMAR?

Jonkol Tera: É um processo que se realiza de forma bastante autônoma, pois quase inteiramente a música é composta e produzida por Pedro. Às vezes, o restante dos membros contribui com algumas ideias, e é ele quem garante que elas se encaixem na besta que é Vhäldemar. Quando você tem um guitarrista e produtor desse calibre, você tem que aproveitar a magia dele!

HB: O mundo se tornou uma bagunça por causa dessa pandemia. E em particular, como vão vocês, amigos? Como vocês lidaram com o problema da pandemia durante o lock down? E como estão as coisas hoje na cidade onde vocês moram?

Carlos Escudero: O lock down nos fez cancelar alguns shows, embora tenhamos aproveitado para terminar o novo álbum. Agora estamos em uma segunda onda do vírus e embora não seja uma cidade tão grande como Madrid, está batendo forte e devemos ser muito responsáveis ​​com este assunto, porque muitas pessoas estão morrendo em todo o mundo e é algo muito grave. Esperemos que aconteça algo de bom logo e possamos continuar com a vida como conhecemos em termos de shows e em termos de tudo.

Jonkol Tera: A verdade é que estou muito mal, ha ha ha. Eu estou rindo para não chorar … agora não há nada que eu queira mais do que tudo volte a ser como era antes desse vírus.

HB: De “Fight to the End” a “Straight to Hell”, a banda evoluiu muito a cada lançamento. Como vocês avaliam esta trajetória e quais são os objetivos que o VHÄLDEMAR ainda pretende conquistar?

Carlos Escudero: Acredito sinceramente que a carreira da banda sempre foi ascendente, a cada álbum, a cada show. Talvez às vezes pudéssemos ter avançado algo, mas sempre gostamos de fazer as coisas do nosso jeito e lutamos muito por isso, e nunca puxamos o saco de ninguém, ha ha. Nosso objetivo é ser a melhor banda de Heavy Metal do mundo. Foi por isso que eu e o Pedro nos juntamos e criamos a banda, ha ha, a partir daí não está mais em minhas mãos.

HB: VHÄLDEMAR  é um dos pilares da música pesada espanhola. Apesar desse ano atípico, como esta a cena metálica no seu país? Muitas bandas surgindo?

Carlos Escudero: A verdade é que hoje não é como há 30 anos, há músicos muito bons na Espanha como em qualquer parte do mundo, e com a chegada da internet qualquer banda pode chegar dos lugares mais inesperados. Na Espanha sempre houve uma grande tradição musical de Heavy Metal, em nossa casa nossos amigos do Evil Seeds podem ser um exemplo.

 Jonkol Tera: Existem muitas bandas que surgiram nos últimos anos (e outras que estão cessando as atividades por conta do vírus). Eu mesmo participo do Incursed e Orion Child, e o nosso baixista Raúl com Budasam, por exemplo. Isso sem falar em todos os grupos que Pedro produz em seu estúdio. É bom que haja um movimento, pois dá a sensação de que o metal não tem a mesma força coletiva de tempos atrás.

HB: Queremos agradecer muito a atenção de vocês amigos. Sintam-se à vontade para deixar suas mensagens para os fãs, bem como divulgar os endereços para que todos os fãs brasileiros possam ficar conectados em todas as notícias sobre o VHÄLDEMAR.

Carlos Escudero: Obrigado a todos vocês que nos acompanham, sabemos que vocês não são poucos, e espero que possamos tocar no Brasil o mais rápido possível. Lembro que com nosso primeiro álbum, nossa gravadora nos disse que havíamos sido escolhidos como grupo revelação no Brasil, há quase 20 anos e estávamos muito animados, sério, espero que esse fucking vírus passe rápido, que todos continuem bem e nos vemos no inferno, Heavy Metal!! “Straight to Hell” !!

Jonkol Tera: É sempre ótimo poder nos conectar com fãs do outro lado do oceano por meio de entrevistas e mensagens, e esperamos poder fazer isso cara a cara em algum momento.
“Muitos parabéns!!”

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(Créditos das imagens: site oficial da banda VHÄLDEMAR)