A Pesto foi formada em 2017, no interior de Minas Gerais, e tem como tema lírico a culinária macabra – também conhecida como polifagia e tendências canibais.

Seu primeiro EP “Palate of Pleasure” foi lançado em 2019 e contém 06 faixas (uma sendo bônus track).

Atualmente a banda se encontra em estúdio, produzindo seu primeiro álbum completo e com a nova formação, que contém o baixista Diego Andrade – baixo, Diego Firmino – vocais e guitarra, e Márcio Barbosa – bateria. Além disso, a banda também está organizando sua primeira turnê internacional, a qual vai passar por diversos países da Europa.

Em meio à essa turbulência, o baterista Márcio arrumou um tempo para conversar com a gente. Leia a entrevista na íntegra abaixo.

Olá Márcio, como você está?

Olá, estou muito bem, espero que esteja também bem e seguro

Como você iniciou sua trajetória como músico?

Iniciei a 17 anos como grande parte dos adolescentes que começam a tocar nesta faixa etária fazendo um som com amigos. Tudo muito rudimentar e sonoramente bem distante do que faço hoje com a Pesto. Passei por mais algumas bandas covers até que acabei deixando a música de lado por alguns anos. Até receber o convite do Charlie Curcio, para integrar a Stomachal Corrosion, banda está referência com seu grindcore no cenário underground brasileiro. Apos um tempo o Charlie se mudou e a banda foi desfeita. Nós os remanescentes acabamos formando outra banda na qual eu fiquei por 2 anos até eu decidir sair e pouco tempo depois fui convidado pelo Bruno Bonfim para montarmos a Pesto com uma ideia peculiar. Misturar grindcore com culinária haha. Pra completar a banda, veio junto o Diego Firmo, companheiro de longa data pra fechar o Power trio. Estou com a Pesto a 4 anos, e pretendo muitos anos mais

Vocês lançaram o EP “Palate of Pleasure” no final de 2019, entretanto à pandemia vocês não puderam divulgar o material como deveria. Ainda há planos para esse trabalho?

Nosso EP foi lançado no streaming e em mídia física somente no final de 2019, mas antes disso nós já vínhamos divulgando o trabalho em shows na região. Nosso ponto alto foi o festival Rock nas Alturas, o qual também é organizado por mim, onde tivemos um feedback bem legal do público. Durante a pandemia nós participamos de 2 festivais online e para 2020 tínhamos já alguns shows agendados para a divulgação do EP mas infelizmente não ocorreu. Agora o objetivo é divulgar o nosso primeiro full length mesclando com material do EP.

Um tempo depois do lançamento do EP, vocês trocaram de baixista e o Diego Andrade entrou na banda. Como isso influenciou na sonoridade da Pesto, já que ainda não tivemos a oportunidade de ouvir novo material?

O material novo com ele tocando estará disponível antes do que possam imaginar, haha. Diego veio pra somar muito na banda, não só como o músico competente que é mas também pela pessoa que ele é. Desde o começo os objetivos dele eram os mesmos da banda, então foi uma caminhada fácil. Diego é um grande fã de Carcass e um entusiasta do death metal melódico, então a vibe que ele trouxe vem desse gosto musical deles. Ele se adequou mais a nisso som do que o contrário. Mas entre o EP e nosso Full length decidimos sair um pouco da sonoridade mais grindcore e direcionar um pouco para o brutal death metal, então acabamos todos moldando essa nova sonoridade juntos.

Não posso deixar de elogiar o empenho do antigo baixista, o Bruno Bonfim que foi o criador da banda. Boa parte do material do EP foi criação dele.

Foi anunciado há alguns meses atrás uma turnê europeia intitulada “Fresh Meat European Tour 2021”. Como estão os planos para essa turnê, já que aparentemente a pandemia vai perdurar até final do ano?

Provavelmente passará a se chamar “Fresh Meat European Tour 2022” hahaha. Fazer essa tour europeia era um sonho distante de adolescente que se torna realidade. E a tour não será cancelada, mas se for preciso será adiada em até 1 ano. As últimas conversas que tive com nosso booking manager, a tour ainda está de pé para acontecer este ano. Mas sempre de olho no atual cenário europeu. Se for necessário será reagendada para a segurança de todos envolvidos, músicos, crew, fãs, contratantes entre outros.

Você poderia comentar sobre a turnê, países e talvez, fornecer alguma informação que ainda tenha sido divulgada?

Difícil afirmar alguma coisa, sendo que está tudo muito incerto hoje. Mas a previsão seria uma tour de 1 mês passando por cerca de 7 países. Estavam sendo negociados shows na Alemanha, Bélgica, Holanda, Polônia, República Tcheca, Eslovênia, França. Mas afirmar isso hoje seria errado. Vamos aguardar as movimentações na Europa e ver como proceder. O que é certo é que a banda está muito entrosada e estará fazendo um show com material inédito já com nosso full-length lançado.

Fiquei sabendo por fontes de dentro da banda, que vocês começaram a trabalhar no primeiro álbum da banda. Como tem sido esse processo durante à pandemia?

No momento que escrevo essa entrevista estou em processo final de pré produção do novo álbum. Estou entrando em estúdio nós próximos dias pra iniciar as gravações da bateria e está previsto o lançamento para maio, pronto pra começar os shows preparatórios pra tour européia. Claro que se as coisas com a pandemia melhorarem. Se não faremos uma massa te divulgação pelas plataformas digitais até conseguir novamente subir aos palcos.

Quem vai ser o produtor do novo trabalho? Já tem algum nome para o álbum?

Nosso guitarrista Diego Firmo será nosso produtor. Ele fez um excelente trabalho com nosso EP e confiamos nele na produção do próximo álbum também.

Temos até o momento uma participação mais que especial em uma das músicas. Nosso assessor de imprensa, amigo e exímio músico, Caio Botrel (ex Final Disaster,….). Estamos bem felizes com sua participação e estamos estudando outras participações de peso no álbum.

De onde vocês tiram as inspirações para a Pesto?

A Pesto surgiu pra ser uma banda apenas pra diversão, tocar grindcore falando sobre comida. Porém com o passar dos ensaios vimos que estava ficando cada vez mais sério e que estávamos criando algo peculiar ali. Misturar um som agressivo falando de culinária. Criando um subgênero, Culinary Grindcore, onde fomos refinando nossas letrar continuando falando sobre culinária, mas agora uma culinária mais macabra haha, um canibalismo ao estilo Hannibal lecter, mortes oriundas por alimentos, pessoas sendo servidas como alimentos para as mais variadas formas de vida e por aí vai. Um verdadeiro banquete de carne humana haha.

Você é um aficionado fã e colecionador do Iron Maiden. Quais seriam os três itens mais especiais de sua coleção?

Sim, sou aficionado pelo Iron Maiden haha. Banda do coração e das loucuras da vida haha. Por esses velhinhos já fiz muita loucura, mas vamos deixar isso pra uma entrevista só sobre ser fã da donzela de ferro haha. Escolher 3 itens da coleção é muito difícil, tenho uma coleção muito vasta. Mas posso escolher 3 itens, não em ordem de preferência. Busto em tamanho real do “Eddie Powerslave”, “EP The Soundhouse Tapes” e uma munhequeira do Steve Harris que peguei no último show do Iron até então, no Chile em 2019. Fato interessante é que está foi a última munhequeira que o Harris jogou ao público, então, até o momento eu tenho a última munhequeira do Harris haha isso é como o santo graal pra um fã do Iron Maiden.

Por último, você poderia nos dizer o que podemos esperar da Pesto no futuro?

Podem esperar muita podreira haha. A banda está a todo vapor começando a gravar o próximo álbum e já tem material suficiente para um segundo disco, então vai ouvir falar muito da banda. Uma banda peculiar para um paladar peculiar haha. Fiquem ligados que quem curte metal extremo logo terá bastante material nas nossas mídias. And don’t forget to Enjoy our Pesto and the meal.

Obs: a turnê foi postergada para 2022.