“A Era da Pós-Verdade”

NOTA: 4/5.

Havok é uma banda americana de thrash metal criada em 2004. Os Thrashers do Colorado estão de volta depois de três anos. Depois de algumas demos e EP a banda só conseguiu lançar seu primeiro disco em 2009. Todavia, daí em diante lançou ótimo álbum em sequência. A agressividade e a velocidade são as paixões da banda e isso pode ser facilmente comprovado por um rápido passeio pela excelentes discografia da banda. O thrash metal praticado pela banda pode não ser novidade do público geral, mas, certamente é algo refrescante de si ouvir dentro do próprio nicho. Noutras palavras, se você não é fã do estilo, não verá nada de mais. Porém, ao contrário, se você é um verdadeiro headbanger, amará!

V (Cinco) é um soco no estômago dos desavisados e representa um desafio ao status quo. O álbum de 11 músicas faz denúncias importantes sobre o presente momento da humanidade com base nos fatos recentes sobre a América e o mundo. Mas vai além: se para alguns o discurso sobre a pós verdade pode parecer panfletário, para outros, a exposição desse fenômeno que toma o mundo de assalto, pode levar a libertação das mentes aprisionadas pela onda conservadorista que cresce com uma sombra gigantesca sobre o mundo pós-moderno. Mas, ainda que essa libertação não ocorra de uma forma transformadora, ela pode ser inibida. Nesse sentido, Havok se junta ao grupo dos inconformados e ativistas que lutam por um mundo mais igual, mais justo e mais livre. Como se isso não fosse suficiente, V (Cinco) exalta as virtudes do passado e finca as bases para que a banda avance para o próximo nível de crescimento, no futuro. De fato, o quarteto está aperfeiçoando sua arte, escrevendo músicas melhores e mais cativantes e posicionando-se como uma banda que tem algo a dizer. Portanto, se você, leitor, se identifica com essa proposta, deve abraça-la para que a voz de Havok seja repercutida. Por outro lado, se você não se identifica, pode fazer o exercício de desarmasse para ouvir o que o grupo tem a dizer, pois só através dessa dialética, a música do grupo fará sentido de uma forma plena.

Como crítico e fã de rock/metal, minha regra básica ao resenhar um álbum é não descrever faixas musicais, pois considero isso extremamente condicionante. Ao contrário, busco estimular o leitor para ouvir o disco, ler as letras e realizar sua própria interpretação. Nesse sentido, o disco em questão favorece, pois tem apenas 46 minutos de duração e isto, por si só, já convida o fã para a audição. Some-se a isto o fato de a produção de Mark Lewis (The Black Dahlia Murder, Whitechapel) ser sublime e conseguir explora bem o talento dos músicos. O som é dinâmico e potente.

A formação que gravou o disco é composta por Pete Webber (bateria), Reece Scruggs (guitarra), David Sanchez (vocal) e Brandon Bruce (baixo).

GravadoraCentury Media

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