Nosso amigo Flávio Farias é colaborador dos portais Headbangers News e Confere Rock e nos dois ele trabalha de forma ímpar, em nos trazer ótimas informações sobre os discos que completam aniversário no dia, ou no período. A pedido nosso, o amigo escreveu sobre a Trilha Sonora do filme Judgement Night, em português, Uma Jogada do Destino, de 1993. Obrigado querido e deleitem-se com o maravilhoso texto.

Flávio Faria dos Santos

Há quase 30 anos, em 14 de setembro de 1993, era lançada a trilha sonora do filme Judgment Night, no Brasil, ele recebeu o título “Uma Jogada do Destino“. Dirigido por Stephen Hopkins e estrelado por Cuba Gooding Junior, Emilio Estevez e grande elenco, o filme não foi tão badalado quanto a trilha sonora e é sobre ela que iremos falar mais abaixo.

A trilha sonora, chamada “Judgment Night: Music From the Motion Picture” traz uma gama de parcerias pouco prováveis, como por exemplo, o Cypress Hill, que gravou uma música com o Pearl Jam e outra com o Sonic Youth ou o Slayer que se juntou ao vocalista do Body Count e também ator Ice-T e fizeram um medley com três canções da icônica banda britânica The Exploited.

Outras bandas que também estavam em alta naquele momento também participaram da trilha sonora. São os casos do Biohazard, Living Colour e Faith No More, que fizeram duos com Onyx, Run DMC e Boo-Yas T.R.I.B.E.. Outras bandas que emergiam na cena do Rock Alternativo como Helmet, Mudhoney, Therapy? e Dinosaur Jr. também apresentaram seus temas.

O álbum foi lançado pela Immortal Records, sendo distribuído pela Epic Soundtrax e foi uma iniciativa do produtor Happy Walters, que, pegou carona nas altas do Rock e do Hip-hop, contando com o apoio dos artistas que compraram sua ideia. O DJ Muggs, do Cypress Hill, falou sobre as primeiras bandas que demonstraram interesse no projeto. Aspas para ele: “Sonic Youth, Helmet, seus gerentes foram super favoráveis. Helmet estava super interessado nisso. Faith No More estava realmente interessado. Esses três, eu acho, foram os primeiros a entrar a bordo, que eram todos credíveis e legais em o tempo. O que realmente ajudou com os outros.

Houve uma tentativa de parceria entre o Rage Against the Machine e o Tool. Eles escreveram e gravaram uma canção, intitulada “Can’t Kill the Revolution“. Entretanto nenhuma das bandas ficou satisfeita com o resultado das gravações e acabaram por abortar suas participações na trilha sonora. A música nunca foi lançada oficialmente, mas a pirataria impediu o sigilo e é possível encontrar a faixa na web.

O álbum fez bastante sucesso, a ponto de alguns veículos da mídia estadunidense sugerir que a junção do Rap com o Heavy Metal seria uma tendência no futuro. Trinta anos depois a gente veio te tranquilizar que o Judas Priest não pretende incluir samples e nem tampouco o Eminem vai contratar o Max Kolesne para tocar bateria com bumbo duplo em suas músicas, mas o disco tem seus bons momentos. As faixas “Judgment Night”, “Just Another Victim”, “Another Body Murdered” e “Fallin” foram lançadas como singles.

Se você tem a mente aberta e por acaso não conhece o disco, o que está esperando para fazê-lo? Spoiler: é muito melhor do que o filme.

Judgement Night