“Um relançamento para os 20 anos”
Os mestres austríacos da hipervelocidade maléfica do Belphegor remasterizaram seu excelente e cultuado trabalho “Necrodaemon Terrorsathan” e disponibilizaram aos seus fãs um trabalho que une o melhor de dois mundos: o som magistral da virada do século com uma produção atual. A produção é muito mais opulenta do que a original e muito mais de acordo com a atual cara da banda de 2017 para cá.
Uma remasterização pode causar opiniões muito distintas, principalmente quando se fala de uma banda como o Belphegor e um disco que mudou o patamar da banda dentro do universo do black metal. Particularmente eu não acredito em um lado certo e outro errado, quando ambos os pontos de vista têm suas convicções e existe respeito entre eles. Vamos ver os prós e contras, e cada um de vocês tira suas próprias conclusões, combinado?
O som ficou mais limpo? Um pouco, o que é absolutamente normal devido ás metodologias atuais dos estúdios e convenhamos, para ficar idêntico ao disco de 2000, qual seria o trabalho a realizar? Em defesa do pessoal que gostou da nova produção o fato de o álbum não ter perdido nenhuma de suas arestas fica claro desde o início, pois a narrativa religiosa continua intacta. O som ainda sai pelos auto falantes de maneira destruidora.
Já os mais tradicionalistas, que vão achar defeitos até na ponta do encarte interno do CD, podem alegar que é impossível não haver perda substancial da agressividade e da sujeira inserida naturalmente nas gravações originais, o que não deixa se der uma verdade também, pois são modelos de operação totalmente diferentes, as coisas mudaram muito em vinte anos.
Chegamos a um impasse, pois fica claro que tanto quem prefere o disco de 2000 está certo, assim como os que aprovaram a versão atual. Se formos contar lados positivos e negativos, realmente essa discussão não terá fim. O ideal é que tanto a versão original, quanto a nova, sejam encaradas como dois grandes trabalhos do Belphegor, que mesmo contando com as mesmas músicas, possuem suas próprias características e virtudes distintas.
Se você não for um fã nível ‘die hard’ da banda talvez só perceba grandes mudanças na faixa “Necrodeamon Terrorsathan”, onde claramente as diferenças são óbvias, pois essa faixa foi realmente regravada e tem a cara atual do Belphegor. Mas tirando esse exemplo não há muito mais o que se atribuir.
“Necrodaemon Terrorsathan (re-release)” pode de uma maneira mais neutra, definitivamente proporcionar, que os mais novatos que queiram se esgueirar pelas profundezas do mal extremo e conhecer mais a fundo os demônios invocados pelo Belphegor, possam começar com essa obra. A produção mais detalhada agrada a nova geração e esse é um ponto bem relevante. E acima de tudo, trata-se de um trabalho muito bom e de grande relevância para a banda. Os vinte anos não poderiam passar batidos. Mas o combinado era que cada um tirasse sua própria conclusão. Eu já tenho minha opinião formada. Agora é a sua vez. Confira.
Nota: 4/5
Tracklist:
- Necrodeamon Terrorsathan
- Vomit Upon the Cross
- Diabolical Posession
- Lust Perishes in a Thirst for Blood
- S.B.S.R.
- Sadism Unbound
- Tanzwut Totengesaenge
- Cremation of Holiness
- Necrodaemon Terrorsathan Part II
