Não, não é o “nosso” Nervosa.
Escolher o nome de uma banda seja do estilo que for sempre é um fator muito importante. O nome é o cartão de visitas do grupo e é através dele que todo o conceito geral de um trabalho deve se pautar. O nome está diretamente associado ao gênero musical, ao visual, a proposta lírica e etc. E não é nada difícil encontrar bandas com o mesmo nome, sendo nesse caso chamadas de homônimas.
Existem diversos casos de bandas homônimas, em sua grande maioria de países e estilos diferentes. Se uma convive com a outra em paz, sem problemas; mas existiram vezes que as coisas não foram bem assim, como a banda de country music chamada de The Rangers, que fez com uma ameaça judicial sua homônima do hard rock mudasse para o nome de Night Ranger. E um caso mais famoso foi o do Iron Maiden criado na década de 60, que muitos anos depois deu uma certa dor de cabeça para Steve Harris e companhia ao alegar que a famosa Donzela de Ferro do heavy metal tinha ‘plagiado’ o nome.
Toda essa introdução se fez necessária para mostrar que existir outro Nervosa, além do nosso, não é nada do outro mundo. Mas as semelhanças começam e acabam no nome, pois esse Nervosa britânico, que é o motivo desse review, é uma banda de rock progressivo e até aonde eu sei, também é mais velho, pois foi formado no ano de 2006. Agora que tal conhecer o ‘outro Nervosa’ hein?
O Nervosa de lá é uma banda sediada em Cornwall, no Reino Unido, que deu seus primeiros passos em 2006 focando suas forças na música eletrônica. Depois dos costumeiros entra e sai de membros, o Nervosa inglês se inspirou na fase psicodélica do Pink Floyd com algumas pitadas do Porcupine Tree e Radiohead para construir sua identidade musical.
“Wasteland” é o segundo trabalho full da banda, que possui três EPs e o álbum de estreia chamado de “The Cube Sessions”, que foi gravado em 2017.
“Chevron” que abre o disco apresenta um bom entrosamento entre o os vocalistas Jon Winter, também responsável por uma parte das guitarras e a tecladista e saxofonista Bethany Wade. A canção começa parecendo que vai se render ao pop, mas a partir de sua metade ganha todo aspecto de um som progressivo muito consistente graças aos trabalhos das guitarras e teclados. Na sequência a breve faixa instrumental “The Wasteland Pt. 1” envolve todo o ambiente com sua melancolia antes de “The Wasteland Pt. 2” entrar em cena com uma linha de baixo muito destacada. A essa altura já fica claro que no que se propõe a fazer, o Nervosa da terra da rainha é muito bom.
“Prelude” tem um trabalho de vocais dobrados muito interessantes e criativos pautados por teclados bem incisivos. Em “Countrycore” é a vez de Bethany Wade brilhar com sua voz que lembra bastante a de Candice Night do Blackmore’s Night. A melodia é belíssima, uma das melhores do álbum. E para fechar o trabalho temos “Circle of Friends” e seus oito minutos compostos por mudanças sutis de andamentos através de belas passagens de piano, saxofone e guitarras.
Caso queira conferir “Wasteland” ele já esta a venda no seguinte endereço (=> https://nervosaband.co.uk/album/wasteland ) e também pode ser encontrado no Spotify. E se resolver conferir, mesmo que por pura curiosidade, existe uma boa chance de você que não é radical, se surpreender com esse ótimo álbum.
Nota: 4/5
Nervosa:
Jon Winter – vocal, guitarra
Andy Cunningham – guitarra
Ant Barrett – bateria
Matthew Duggan – baixo
Bethany Wade – teclados, saxofone, vocal
Tracklist:
- Chevron
- The Wasteland, Pt. 1
- The Wasteland, Pt. 2
- Prelude
- Countrycore
- Circle of Friends
Fique ligado: