A lenda do Death metal OBITUARY lançou em 2014  o hoje clássico “Inked In Blood“, seu nono álbum de estúdio. Com quase três décadas de carreira na época, “Inked In Blood” se destaca como um dos momentos mais significativos na já lendária discografia do OBITUARY. Os riffs, o groove, a ferocidade e a raiva estão mais intensos do que nunca, ofuscando a maioria das bandas contemporâneas de death metal. OBITUARY é uma das  banda definitivas do gênero, e “Inked In Blood” é um clássico instantâneo em seu catálogo respeitável. Eles são tanto os pioneiros quanto os porta-vozes do death metal! “Inked In Blood” representa o som de verdadeiros reis do death metal recuperando seu trono!

Para tornar ainda mais especial, esse disco foi feito através de uma campanha coletiva, onde os fãs puderam financiar o disco diretamente com a banda. E foram presenteados com um disco espetacular. Sem dúvidas nenhum participante pode reclamar do que recebeu.

Para mim, Obituary sempre teve um lugar especial. Seu death metal não é necessariamente rápido; eles misturam grooves em meio ao caos, incorporando influências pesadas de doom. Embora sejam inegavelmente death metal, eles se destacam em um espaço único dentro do gênero, o que torna cada novo álbum uma celebração.

A faixa “Centuries Of Lies” abre o álbum com uma explosão de thrash em dois minutos. É ótimo ouvir a produção característica da banda — guitarras encorpadas, bateria com ótimo som — tudo soando muito ao vivo, além do tom de baixo gordo de Terry Butler (ex-Death).

“Violent By Nature” traz grooves potentes e riffs que fazem te fazem bater cabeça como nenhuma outra banda. Os vocais de John Tardy continuam impressionantes — brutais e únicos, perfeitamente alinhados ao som. As baterias de Don Tardy são sempre um prazer, com grooves simples e potentes, mantendo um ritmo bem equilibrado.

“Pain Inside” apresenta o clássico groove lento e pesado do Obituary, com uma combinação de sludge e doom. Kenny Andrews, o novo guitarrista, também brilha nos solos, enquanto Trevor Peres mantém os ritmos firmes, como tem feito há quase trinta anos.

“Visions In My Head” tem um riff marcante e uma cadência que evolui para um groove monstruoso. O peso é inegável, lembrando mais Crowbar do que Nile, e um toque de guitarra acústica adiciona dinâmica ao final. Com certeza um novo clássico da banda.

“Back On Top” é mais uma faixa poderosa, cheia de riffs pesados e uma atmosfera sombria. “Violence” acelera o ritmo, com toques de thrash e uma estrutura que lembra um pouco o hardcore, tornando-a matadora. Típica faix que ao vivo faz todos se matarem no mosh.

A faixa-título, “Inked In Blood”, começa lentamente com riffs interessantes e propõe uma abordagem mais variada nas composições, evitando a repetição de truques que marcaram álbuns anteriores. Eles parecem mais intencionais, dispostos a experimentar ritmos e dinâmicas um pouco diferentes.

“Deny You” traz uma levada pesada, com um riff forte e um som predatório, enquanto “Within Dying Breed” mantém a mesma intensidade, sem pressa, marchando até o final do álbum. Os ritmos mudam, permitindo um fade-out poderoso e impactante.

“Minds of the World” é surpreendentemente ágil no início, com Don Tardy mostrando seu talento em uma produção cristalina. “Out of Blood” oferece um último groove, com vocais bem mixados, enquanto “Paralyzed With Fear” finaliza com uma levada de bumbo duplo que evoca o peso de “Slowly We Rot”, agora com uma nova roupagem.

Como bônus temos as regravações de dois clássicos do disco Slowly We Rot, as matadoras Intoxicated e Blood Soaked, quem soam revigoradas e brutais, apesar de na minha opinião, não serem obrigatórias, pois o classico debut é imbatível.

Obituary definitivamente ainda tem a mesma força, com todos os elementos de seu som presentes. O álbum é mais diverso do que os lançamentos anteriores, mas sem grandes radicalismos .Os solos são bem colocados e a banda soa revigorada. Uma das melhores bandas de death metal ao vivo, Obituary  acertou em seu registro. “Inked In Blood” é um álbum matador do começo ao fim, relembrando a razão pela qual a banda é considerada uma lenda no meio do death metal.

Nota: 4,5/5

TEXTO POR RAPHAEL ARÍZIO