O espírito do metal pesado permanece.

Antes de tudo, quero manifestar minha satisfação ao ver que a formação do lendário OZ se manteve em relação ao seu último bom trabalho “Transition State” de 2017. O tempo passa e as coisas mudam, e na impossibilidade de se manter os membros de formações originais ou clássicas, é sempre bom ver uma banda com história possuir uma formação atual, mesmo que diferente, sendo digna e talentosa. E o membro remanescente, o baterista Mark Ruffneck fez boas escolhas e soube mantê-las.   

Forced Commandments” é o oitavo álbum de estúdio e mantém sua pegada calcada no heavy tradicional com influência de NWOBHM – é notório que se o OZ fosse uma banda britânica e não escandinava, seria um dos grandes nomes daquele movimento.

Na primeira faixa “Goin Down” a dupla de guitarristas formada por Johnny Cross e Juzzy Kangas já mostra rifes densos e solos rápidos, perfeitos para o vocalista Vince Koivula encaixar seu registro vocal firme. Em seguida uma épica “Prision of Time” oferece variações e transições rítmicas com a alma dos anos 80, que cativa o headbanger.

O baixo de Peppi Peltola marca a cadencia desde a intro de “Switchblade Alley“. Vocais destacados junto a um coro de fundo criam o melhor refrão do disco, forte e emocional. “Revival” é implacável e pulsante, com um ‘felling’ de Judas Priest, ela alterna momentos ásperos com melodia. As guitarras brilham mais uma vez com rifes ora cortantes, ora gêmeas e solos inspirados.

The Ritual” é outra faixa ‘rifeira’, mas o destaque é Koivula com seu vocal rasgado aproveitando ao máximo as deixas que o backing vocals intencionalmente proporcionou. “Spiders” é uma música coesa onde a variação nos andamentos a torna bem interessante. Já a balada metálica “Long and Lonely Road” cumpre bem seu papel dentro do apropriado, com letras tristes, guitarra dedilhada e um refrão forte.

A intro e o solo de “Liar” parecem ser uma homenagem aos guitarristas do estilo ‘formula 1’ do final dos anos 80, faixa rápida e direta. No release e na contra capa consta que as últimas três faixas são bônus. A longa “Diving Into the Darkness” e suas variações, é intensa e com outro refrão bem chamativo. “Break Out”, tem quebradas bem interessantes e a ótima “Kingdom of War” fecha o disco em grande estilo. Trata-se de um heavy com rifes pesados, ligações e um refrão gigante. Andamentos bem acelerados antes e depois do solo dá uma singularidade especial para a música, que a faz umas das grandes faixas do álbum.

Ah, muito legal. Um verdadeiro amante do heavy metal bem feito encontra tudo o que procura e valoriza nesse tipo de lançamento. Tem peso, tem técnica, tem rifes destacados, vocais chamativos, em suma, “Forced Commandments” é um disco muito bom. Vai agradar os fãs mais atuais e também os dos tempos dos clássicos “Fire in the Brain” (1983) e “III Warning” (1984). Confira.

Nota: 4,5/5

Tracklist:

  1. Goin’ Down
  2. Prison of Time
  3. Switchblade Alley
  4. Revival
  5. The Ritual
  6. Spiders
  7. Long and Lonely Road
  8. Liar
  9. Diving into the Darkness
  10. Break Out
  11. Kingdom of War

Oz:

Mark Ruffneck – Drums

Peppi Peltola – Bass, Vocals

Juzzy Kangas – Guitars, Vocals

Johnny Cross – Guitars, Vocals

Vince Koivula – Lead Vocals