Esse é o debut da idéia do genial guitarrista Lennart Bossu (Amenra, Oathbreaker) que, ao se ver escrevendo um material novo que não se encaixaria para a sua banda, resolveu chamar a sua amiga, que é tatuadora e uma versátil vocalista, a Lina R e daí o embrião do Predatory Void estava pronto, dali se juntaram ao projeto Tim De Gieter (baixo), Thijs De Cloedt (guitarra) e Vincent Verstrepen (bateria) e nasceu essa banda, no qual o seu idealizador, Lennart não via como nada do que ele já tinha feito antes.
E conhecendo um pouco do Amenra e Oathbreaker, eu concordo muito com o que o mesmo fez, já que o Predatory Void é uma banda que aposta na rispidez do Black Metal, mas não é simplesmente uma banda dentro desse estilo, pois ouvindo com calma o seu debut, Seven Keys to the Discomfort Being, mostra como em sim, sete canções (mesmo número no nome do disco) consegue te colocar para rever os seus conceitos sobre música pesada.
As sete músicas nesse disco se complementam de forma única, já que a abertura Grovel mostra um início que vai para um lado mais atmosférico, mostrando uma das faces da banda, mais descamba pra um black metal lindo, aonde Lina mostra a sua face mais agressiva, em *(struggling) a banda aposta na dissonância em suas cordas e na agressividade e rispidez do black metal.
Endless Return to the Kingdom Of Sleep mostra a banda apostando mais em um som atmosférico e ao mesmo tempo denso, agressivo e que sim, te causa desconforto, o que eu acho ser o termo correto para “definir” esse disco. O desconforto no qual os Belgas nos proporcionam é incrível, pois eles te forçam a sair do seu ponto de conforto e entender, viajar, compreender a idéia deles sonora, que é maravilhosa. Quando você acha que vem mais uma pedrada, temos Seeds Of Frustation, aonde o Predatory Void mergulha na Atmosfera, com um som de violão acústico e Lina cantando maravilhosamente, mais uma vez, o desconforto chega mais uma vez, te colocando para pensar o porquê dessa quebra.
The Well Within, Shedding Weathered Skin e Funerary Vision fecham essas sete chaves que irão lhe dar um gigante desconforto sim em sua audição, mas um desconforto maravilhoso, um desconforto de buscar o que vamos ouvir na próxima faixa, ou mesmo dentro da mesma composição do disco, o que poderá acontecer dentro de 1 minuto, um disco que eu acho que será super interessante todo mundo que curta se aventurar em uma viagem sonora com muita qualidade, tanto na composição como nos andamentos, mas nada confortável, Predatory Void não é uma viagem gostosa e suave, mas sim uma prazeirosa volta em uma “Montanha Russa”, aonde a emoção não para e o sentimento de berrar está presente sempre.
NOTA: 4 / 5