Um registro ao vivo em sua essência.

Na realidade o verdadeiro título do álbum é exatamente “アルファウェイヴスタジオでのライヴ(Live at Alpha Wave Studios)”, mas não estranhe, ou fique procurando significados por todas as partes, pois segundo o baterista Brian King, a banda apenas quis dar um aspecto de disco ‘importado’ do Japão a estética do trabalho.

O registro ao vivo é de 19 de maio de 2019, quando na oportunidade o Reality Suite organizou uma festa íntima para 60 amigos e fãs no Alpha Wave Studios em East Hanover, Nova Jersey. Ali a banda fez questão de ser capturada em toda sua honestidade, talento e energia. Exatamente um ano depois o conjunto lançou o álbum nas plataformas digitais, já com o mundo enfrentando um dos seus momentos mais complicados em meio a pandemia causada pela C-19. Com a impossibilidade de apresentações ao vivo, esse registro veio bem a calhar para os fãs da banda e dos apreciadores de hard rock cru e visceral.

O que temos aqui é uma banda que acredita e gosta do som que faz, e esse foi o mandamento principal, se não o essencial, que fez do hard rock um dos estilos de maior sucesso durante os anos 80. Ninguém comprava um disco ou ia a um show de bandas desse estilo para se sentir depressivo, ficar sério, ou mesmo com raiva. Muito pelo contrário e citando o Quiet Riot… “let’s go to party!”.

Desde a abertura com “Wingman” e com seus rifes já se percebe que banda se pré dispõe no intuito de chamar o público para participar, e é o que acontece já a contento com segunda faixa, “Bury Me Alive” com seu ritmo acelerado e um refrão convidativo.

Uma quebrada com a semibalada “Cut, Burn, Bruise” é bem aceita e permite a banda se mostrar eclética. Na sequencia os rifes de Joe Padula voltar à ativa em “Blame It on Angels” onde nota-se durante o refrão, que a banda utiliza a mesma linha entre a guitarra e o vocal da vocalista Kimmii Heart, o que dá um efeito muito consistente a canção.

Hora da cozinha composta por Brian King e Antonio Valenti, baterista e baixista respectivamente, falar alto na intro de “Skinn”, sendo esse um dos pontos altos do álbum. Já “Grave” tem um toque mais moderno e com uma emotiva interpretação de Kimmii. Falando na cantora ela realça suas qualidades vocais em uma bela performance em “Familiar Taste of Poison”.

Saudades dos rifes incisivos? Sem problema, eles estão de volta em “Live Now Forever”, uma das faixas mais pesadas do álbum. No melhor estilo ‘sing-alone’ a banda convida a plateia a participar em “Wrong with Me” e os convidados prontamente atendem. É a típica música que em um estúdio receberia vários backing adicionais, e elementos sintéticos, mas aqui a coisa funciona como na realidade, sem truques ou invenções. Simplesmente guitarra, baixo, bateria e vocal – e o público, é claro – da maneira mais honesta possível.

Partindo para a parte final da apresentação o hard assume de vez o comando com “Dead to Me” e “Kiss the Ring”, ambas coesas e energéticas. E um clima especial, que deveria ser muito comum nos bons tempos dos clubes da sunset strip em Hollywood transparece em “Die Dreaming” encerrando a apresentação.

O som da banda agrada no que se propõe a fazer e a vocalista Kimii Heart além de ser carismática, é muito expressiva com ótima presença de palco, seguindo a boa escola de cantoras como Lorraine Lewis e Lee Aaron. O futuro do hard rock está nas bandas novas e cabe aos fãs do estilo descobri-las e apoia-las. E o Reality Suite, sem dúvida, é uma das que merecem atenção.

Nota: 4/5

Setlist:

1.Wingman (Live)

2.Bury Me Alive (Live)

3.Cut, Burn, Bruise (Live)

4.Blame It on Angels (Live)

5.Skinn (Live)

6.Grave (Live)

7.Familiar Taste of Poison (Live)

8.Live Now Forever (Live)

9.Wrong with Me (Live)

10.Dead to Me (Live)

11.Kiss the Ring (Live)

12.Die Dreaming (Live)

Reality Suite:

Kimmii Heart – Lead Vocals

Brian King – Drums, Vocals

Joe Padula – Guitars, Vocals

Antonio Valenti – Bass, Vocals

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