Resenha: Sodom – 40 Years at War – The Greatest Hell of Sodom (2022)

Resenha feita pelo colaborador Raphael Arízio.

Não são muitas as bandas que chegam aos 40 anos de carreira, muito menos um percurso que se mantenha fiel ao estilo que tocam desde o início. Pense nos quatro grandes do Thrash Alemão e você terá Sodom, que está acima de todos os seus conterrâneos em termos de ter sido fiel às suas raízes. a banda liderada por Tom Angelripper desde 1982 ainda mantém sua autenticidade crua intacta.

Já se passaram dois anos desde o excelente Genesis XIX, 16º álbum de estúdio da banda. Pausado devido à pandemia, e lançado agora no aniversário de formação da banda, somos presenteados com uma compilação bastante inusitada e interessante que foge do formato usual de Greatest Hits. O álbum contém uma versão regravada de uma faixa de cada álbum lançado nos últimos 40 anos. Não necessariamente as mais conhecidas, geralmente são raridades ou faixas que nunca ou muito raramente foram tocadas ao vivo.

O que é mais perceptível é que as faixas são surpreendentemente mais bem tocadas e com uma qualidade de gravação que não tinham no passado. Músicas como “After the Deluge”, “Jabba the Hut” e “That’s What an Unknown Killer Diarised” soam viscerais e ferozes, mas com uma técnica superior, sem tirar o brilho das canções. Mesmo as faixas mais recentes, como “Euthanasia” e “Caligula”, de seus dois álbuns mais recentes, soam frescas e vibrantes, mas mantêm a agressividade da qual Sodom nunca perdeu. Além disso temos a música inédita “1982”, com uma letra maravilhosa que retrata o começo da banda, além de ser ótima para bater cabeça. Mostrando que o futuro é empolgante para os fãs do agora quarteto alemão.

Em vez de optar pelo óbvios como “Agent Orange”, “Napalm in the Morning” ou “M-16”, esta é uma idéia muito mais interessante e foge dos padrões de usuais de bandas que regravam seus clássicos ou discos inteiros. Uma ótima maneira de ver que o Sodom tem muito material excelente além dos usuais clássicos que todos conhecem. A banda tem muitas pérolas escondidas em sua extensa discografia. Vale a pena garimpar após ouvir esse disco maravilhoso.

NOTA: 4 / 5