Resenha: Sodom – Genesis XIX (2020)

“Uma síntese dos momentos de excelência da banda”

Nota: 4/5.

Fundado no ano de 1981, o Sodom é, juntamente com Destruction, Kreator e Tankard, um dos pilares do metal germânico. Bandas reconhecidas como pioneiras e líderes da cena thrash dos anos 80 na Alemanha. No começo, eram muito influenciados pelo protoblack metal de Venom Hellhammer, mas ao longo dos anos foi evoluindo para o thrash metal tal como o conhecemos. Hoje a banda é citada como influência direta por muitos nomes da cena da música extrema no mundo inteiro. Com mais de trinta anos de carreira, lançou quinze álbuns de estúdio, três álbuns ao vivo, duas coletâneas e oito EPs.

Genesis XIX é o décimo sexto álbum da banda e mostra um grupo reformulado, que marca o retorno do guitarrista Frank Blackfire (KreatorAssassin), a adição do segundo guitarrista Yorck Segatz (Beyondition) e a entrada do baterista Toni Merkel (Sabiendas).

O álbum é um retorno aos bons tempos em que a banda praticava um thrash metal simples e direto. Não que o grupo tenha fugido muito disso em toda a trajetória da banda, mas sim, em relação ao trabalho anterior, no qual parece ter perdido a medida. Genesis, no entanto, parece uma sintese dos discos Persecution Mania (1987) e In War And Pieces (2010), ou seja, é o substrato de dois momentos distintos de excelência da banda liderada por Ton Angelripper. O fato de a banda haver se tornado um quarteto em muito contribuiu para este bom resultado. É fácil perceber como esta dinâmica impactou nas composições. Todas contêm a essência do Sodom, só que com mais profundidade. Quem ouve muito metal vai reconhecer facilmente as influências de Black Sabbath Slayer (entre outras) neste disco. Podemos dizer que o grupo se reinventou pelo retorno à fonte onde bebeu quando se estabeleceu como banda, lá por volta do longínquo ano de 1984. O Sodom banda está definitivamente de volta e mais relevante do que nunca. Como uma de minhas bandas do coração, sou suspeito para falar, mas quem, como eu, é apaixonado por música agressiva, vai concordar que este já é, entre tantos, um dos melhores discos deste ano de 2020.

Não citarei destaques pois estou certo de que eleger três ou quatro músicas como as mais representativas deste e de qualquer álbum é um trabalho que depende muito da experiência individual do fã com a sua banda e/ou com o seu estilo musical preferido.

Lançado por: Steamhammer / Entertainment One ( eOne ); Data de lançamento: 27/11/2020; Gênero: Thrash / Speed Metal

> Texto originalmente publicado no blog Esteriltipo