O nosso Underground não para de surpreender com a quantidade de ótimas bandas de todas as vertentes de Rock/Metal. Surgida em 2017, em Atibaia-SP, o Sour Brandy chega ao seu primeiro disco completo de inéditas intitulado “Unglory”.
A banda chama atenção pelo seu som, uma mistura de Stoner e Heavy Metal com claras influências de Black Label Society, Motorhead, Pantera e Pride & Glory e com fortes flertes com Southern Metal. Além disso possuem uma forte identidade visual baseado no velho oeste com um toque rústico dos motos clubes.
O disco marca uma nova fase da banda, com o amadurecimento musical e visual com o objetivo de fortalecer o seu nome no cenário da música pesada, a banda também consta com seu mascote chamado “Austin Weston”, que é retratado na bela capa, feita pelo ilustrador Alcides Burn (Burn Artwork), além de ter sua história contada em algumas faixas do disco.
O grupo apostou nessa temática devido a filmes do estilo e também ao jogo “Red Dead Redemption 2” após uma composição ser associada ao jogo.
Musicalmente o que temos são oito faixas de uma pura rocha sonora de riffs marcantes, como na faixa de abertura “Flood”, que mostra uma grande influência de Dimegab Darrel nas guitarras, além de um baixo com o som gorduroso e pesado que nos lembra o saudoso Lemmy. “Ground Me Down” poderia ser uma faixa perdida do “Pride &Glory” devido a sua clara influência Southern, sendo um dos destaques do disco. “Let It Die” volta para a pancadaria a lá Black Label, com riffs matadores e instigantes. Com certeza Zakk Wylde teria orgulho de ouvir essa faixa.
Seguimos com a grudenta “My Last Stand” com sua levada matadora e com ótimo trabalho de baixo além dos costumeiros riffs pesadíssimos. Fica a chover no molhado ao falar novamente de riffs mas esse disco surpreende pela quantidade deles presentes em todas as faixas, pois “Sharing My Desaster” é uma música matadora com linhas de guitarras perfeitas para bater cabeça, a paradinha mortal no meio dela é algo louvável. Temos um descanso para o pescoço em ‘Teaser Soul” pois é basicamente uma vinheta de um pouco mais de um minuto, preparando o ouvinte para “The Way of The Nomad” com seu começo calmo que nos engana, pois logo após somos nocauteados com guitarras matadoras e pesadas e um trabalho destruidor de baixo e bateria, sendo uma das melhores músicas da banda.
A última faixa, que intitula o disco começa um pouco diferente com uma levada que parece um pouco com Black Sabbath para logo após descambar para um lindo Souther Metal de primeira qualidade, aliado ao peso do Stoner, além de um belo solo de guitarra no melhor estilo Zakk Wylde misturado com Dimegab Darrel. E os seus segundos finais levantam até defunto, com riffs instigantes. O Sour Brandy nos presenteia com um ótimo disco, muito acima da média, que com certeza vai levar a banda a voos mais altos no cenário. O ano mal começou e já temos um forte candidato para a lista dos melhores do ano.
NOTA: 5 / 5
Resenha feita pelo colaborador Raphael Arízio