Sábado passado, a Tomarock Produções e o Mariutti Team trouxeram para o Rio de Janeiro, ao Circo Voador essa grande festa no qual estávamos para cobrir, para vocês, com texto e fotos do incrível Ian Dias, saibam como foi o Shamangra no Circo Voador e aqui já agradecemos à Tomarock Produções e ao Mariutti Team por nos credenciar para esse evento único. Sem mais delongas, com vocês, Ian Dias.

Com direito à muitos sorrisos e lágrimas, Shamangra surpreende e entrega um espetáculo no Rio de Janeiro

Após um show bem-sucedida em São Paulo em janeiro, o ShamAngra desembarcou no Rio de Janeiro para encantar os headbangers cariocas que tanto clamaram pela banda na cidade. O grupo surgiu com a intenção de celebrar a carreira do Angra e Shaman, duas bandas importantíssimas para a Metal Nacional, e a vida e obra do grande André Matos, que nos deixou precocemente em junho de 2019.

Em uma noite orquestrada pela Tomarock Produções em parceria com o Mariutti Team, o evento contou com as bandas Facing Fear, Innocence Lost e ShamAngra que se apresentaram para um fiel público no Circo Voador. Apesar da casa não estar lotada, os fãs marcaram presença e tornaram a noite ainda melhor, com muita empolgação e amor pela música.

Iniciando os trabalhos, a banda Facing Fear subiu no palco e entregou um show energético e marcante. Com um estilo único que remete ao New Wave of British Heavy Metal, a banda cativou os presentes com seus riffs melódicos e vocais poderosos. A banda é formada pelo grande vocalista Terry Painkiller, Dantas e Josh Killesh nas guitarras, Leon Fuentes no baixo e Patrick Augusto, novo batera da banda. Destaque para a excelente música Lutaremos pelo Metal, que narra muito bem a realidade de quem frequenta e apoia a nossa cena underground.

Em seguida, os gigantes do Prog Metal Carioca provam mais uma vez porque são uma das melhores bandas nacionais da atualidade. Divulgando o recente álbum Oblivion, a Innocence Lost é única na cena nacional e, mais uma vez, foram ovacionados pelo público, unindo a técnica, riffs pesados e a voz ímpar da vocalista Mari Torres. A dupla de cordas formada por Gui DeLucchi (guitarra) e Ricardo Haquim (baixo) de encontro com os excelentes Aloysio Ventura (teclado) e Thiago Alves (bateria), dominam peso e melodia de forma eficiente, com muita criatividade, coesão e afinidade com o palco.

Nos intervalos entre o show, a DJ Cammy Marino agitava o público com grandes sucessos do Power Metal. Destaque para o belíssimo coro em Emerald Sword, clássico do Rhapsody, que foi entoado de forma épica por grande parte dos presentes. Que momento!

Nesse momento, vou quebrar a quarta parede e explicar o peso que essa apresentação teve para este que vos escreve. Se vocês me permitem uma série de comentários pessoais, lembrei de como André Matos mudou a minha vida. O Maestro é o meu maior ídolo na história da música e muitos momentos da minha adolescência foram acompanhados pelo vocal único de André que infelizmente pude vê-lo apenas uma vez ao vivo. Não costumo me emocionar com shows, mas esse em específico foi uma viagem através da saudade deixada pelo Maestro em nossos corações, certamente um dos shows mais emocionantes que já presenciei e um dos mais especiais também.

É chegada a hora e as luzes se apagam. No PA, soava a emocionante Accient Winds, faixa de abertura do álbum Ritual do Shaman. A banda formada por Luis Mariutti (baixo), Hanna Paulino (vocal) Hugo Mariutti e Helena Nagagata (guitarras) e o estreante Alessandro Kelvin (bateria), entra com Here i Am e é recebida com muita empolgação e energia pelo público.

Em seguida, Mari Torres sobe ao palco para dividir os vocais com Hanna em Time Will Come e foi impossível não lembrar do Maestro no piano tocando a linda abertura da canção. Com muito feeling, o baterista Alessandro Kelvin puxa o ritmo e a banda emenda com The Shaman, do álbum Holy Land, que contou com a participação dos excelentes vocalistas Victor Emeka e Mayara Puertas, que continuaram no palco para execução de Carolina IV, mais um clássico absoluto do Angra.

Victor deixa o palco e ouvimos a belíssima introdução no estilo baião, é hora de Never Understand e, em seguida, Wuthering Heights, ambas do álbum Angels Cry. E aqui foi o momento que grande parte do público se emocionou com a interpretação primorosa de Hanna Paulino sob esse clássico eternizado na voz de André Matos. Avançando um pouco no setlist, tivemos mais um momento emocionante na execução de Make Believe, em que Hanna dividiu os vocais com o brilhante Thiago Millores e arrancou muitas lágrimas dos fãs.

Para fechar o show, a banda escolheu uma trinca poderosa de músicas que marcaram toda uma geração de fãs de Metal. No PA rolava a grandiosa Unfinished Allegro, que rapidamente foi cortada com a introdução poderosa de Carry On , acompanhada de muita empolgação do público para ouvir um dos maiores clássicos do Power Metal. Em seguida, ouvimos o belo piano de Fairy Tale e sabemos que será mais um momento lindo, com os fãs acendendo as lanternas dos celulares. Fechando com chave de ouro, é hora de Angels Cry e a apresentação se encerra com a empolgação lá no alto, com a banda se despedindo dos fãs com muita simpatia e provando que o legado do Angra e Shaman está mais vivo do que nunca.

Assistir o ShamAngra ao vivo foi uma experiência única, especial e surpreendente. É nítido a forma que cada músico se entrega ali para respeitar o legado e a história das bandas envolvidas. Em especial, Hanna Paulino entrega uma performance perfeita e, como definida pelo produtor Luciano Paz, é uma força da natureza que veio para confortar nossos corações.

Após esse show, tenho uma certeza. Em cada apresentação do ShamAngra, em cada sorriso e cada lágrima arrancados por essa banda maravilhosa, o maestro André Matos vive e seu legado se torna lendário. Viva André Matos!